Segunda-feira, 30 de Setembro de 2013

DE TRÁS-OS-MONTES A CAXIAS - Setembro 2013

 

POR PONTE DE LIMA

 

(depois de breve passagem por Espanha)

 

Dia 12 lá rumámos a Espanha completamente convencidos a lá passar uns dias. Passámos a Ribeira de Arcossó e Vila Verde da Raia.  Tudo igual a Portugal... O sol bem tentava animar-nos mas tudo continuava triste, acinzentado, fechado… De repente vimos cor – o armazém Happy Family! Para quem terão aberto a loja é que não percebemos bem. Seria para nós?  Como não era certamente quase nos convencámos que por ali devia haver algum movimento… Talvez pudéssemos dizer que do lado de Espanha havia alguma vida pois havia uma ou outra lojeca aberta! Mas... lá como cá, a maioria das casas pareciam totalmente fechadas. Profusão só de clubes, bares, discos… ainda que fechados! Mas também ainda nem era hora de almoço… 

Um facto “engraçado” – as bombas da Galp estavam a vender o gasóleo mais barato que em Portugal!!!

E pela autopista lá passámos Ourense em direcção a Verin para seguirmos para Untes, em cujo camping contávamos ficar (Camping Municipal de Ourense – Untes).  A primeira impressão de que o acesso nos parecera muito “ discutível” foi logo esquecida – o sítio era deslumbrante, tudo era de muito bom gosto, os materiais espectaculares…E os acessos? Esses pareciam-nos muito sem acesso!!! Mas, bolas, tínhamos que estar enganados quanto a eles uma vez que um dos principais claims era “camping totalmente acessível a pessoas com mobilidade reduzida”! Acontece que não estávamos enganados! E, quanto a sombras, também não havia... Mesmo! E o sol era tórrido... O parque estendia-se ao longo de sete plataformas – a primeira tinha o café/restaurante e a recepção.; a segunda, o supermercado; a terceira os balneários; pelas outras quatro estendiam-se, até ao rio, as zonas acampáveis, divididas por uns doze alvéolos numerados. Os dois únicos ocupados (mas seguramente desabitados) tinham um pouquito de sombra! Na realidade gostaria imenso de ter visto como eram as tais piscininhas naturais, tipo pocinhas no rio (segundo a explicação)... Mas desistimos pois achámos um disparate descer todas as escadarias ou as rampas meio empinadas só para nos deleitarmos com "a incerteza" de tais delícias, sabendo que depois teríamos que aguentar o inferno da subida, debaixo de sol! Tudo estava bem tratado mas mal pensado - havia zonas com relva e até com árvores mas plantadas de tal forma que só faziam sombra para as rampas, ficando os alvéolos irremediavelmente à torreira de sol.

Quanto ao pessoal, até o da limpesa, era muito simpático, mas tinham algumas deficiências: motoras, da fala… que eram ultrapassadas com a sua delicadeza. Vários conceitos me ocorreram: parque camarário, mão-de-obra barata, oferta dalguns locais de trabalho a quem ainda teria mais dificuldade em os encontrar, menos levantamento de questões… Esfomeados e desiludidos, pois as expectativas tinham sido muitas, resolvemos mudar todos os planos, pôr de parte as parrilhadas e voltar para o nosso Portugal pequenino mas também a precisar tanto de euritos!!! Metemo-nos pela OU 540 e só parámos na primeira sombra para comermos um “niquiniqui”. A seguir a A Madalena, entrámos em Portugal.

Admito até que tudo nos tenha parecido mais lindo que realmente é. Mas acho que não se pode questionar que o recorte do rio Lima é lindíssimo! Como lindíssimo é o ponto de encontro com o seu afluente Caldo  (aquele que passa pela Portela do Homem e todos conhecem por ser muito quente). O  Lindoso e o Rio Cabril são também deslumbrantes. A paisagem é toda tão bonita que ainda fizemos uma tentativa de ficar no parque Adere, em Entre-ambos-os-rios (Peneda Gerês). Gente simpática, talvez com boa vontade, talvez ainda com mais expectativas de levar uma vida boa (quem sabe se ainda melhor que a nossa, que estávamos de férias e a pagar…). Resolvermos não correr mais risco nenhum e seguimos viagem. Desagradou-nos especialmente a displicência com que nos ouviram falar em dois homens que pelo caminho andavam a fazer fogueiras tendo um, nitidamente, fugido de carro mal nos viu. Estando o País, especialmente naquela zona, todo ardido acho que lhes teria ficado bem um empenho e uma rapidez maior a avisar os bombeiros! Só depois de muito instados a tal, fizeram uma ligação para os bombeiros!

Fiquei com curiosidade de ver o Penedo do Encanto e de rever, por dentro, Ponte da Barca. Também tenho curiosidade de saber donde vem o nome do Rio Cabrão, perto de Ponte de Lima.  

E entrámos em Ponte de Lima, mais propriamente no Parque Municipal da Quinta dos Pentieiros, a cerca de 1,5 km da Área Protegida das Lagoas de Bertiandos  e a 10 de Ponte de Lima. O Parque tem uma ou outra pretensão de eco-turismo esquecendo-se que para tal tem que ter "um ou outro" requisito. De qualquer modo é simpático (no nosso caso… pois fomos os únicos utentes a estar debaixo duma sombra!).   

 

Sexta-feira 13! Pelo menos a mim está a correr-me melhor que ontem que julguei que ia esturricar… Ficámos pelo parque de manhã para recuperar e só à tarde resolvemos sair da toca! A seguir ao almoço fomos ao Turismo, a Ponte de Lima, para recebermos as dicas para o “trabalho” de hoje à noite e amanhã. E a seguir fomos à Área Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos que fazem uma parceria interessante com o Parque de Campismo da Quinta dos Pentieiros e o Centro de Interpretação Ambiental, promovendo actividades várias para promoção e conservação de toda aquela área começando pela marcação de percursos (7 já marcados).

A seguir voltámos para o parque para a banhoca da praxe e partimos para a Gemieira com o objectivo de ir à Feira das Colheitas depois dum jantar em Gandra, mais propriamente no Beiral do Lima, no Restaurante Cunha. O pior é que a informação não foi lá grande coisa e entrámos na auto-estrada como se fossemos para Valência e, depois, lá nos valeu a orientação do Eduardo. Não fosse ela!...Mas mesmo assim ainda tivemos que ir até Paredes de Coura. Peripécias de viajantes… Mas o que interessa é que chegámos ao restaurante e comemos bem - uma entrada de pimentos padron e  polvo da Avó, tudo regado com verde tinto “Vinhão”, de Ponte de Lima. Depois fomos fazer o quimo para a feira com a ajuda dum churro e duma fartura, como se impunha… Por acaso não prestavam para nada!... E voltámos para o parque pois amanhã o dia vai ser “trabalhoso”!

Felizmente para os donos o parque já não estava como o tínhamos deixado – muitos grupos, muitas tendas e... excitação a mais para meu gosto…  

 

No sábado 14, como combinado, lá nos levantámos bem cedo para irmos ver Ponte de Lima mais ao pormenor mas de forma a andar por lá com o menos calor possível! Fomos até à Matriz. Bonita e sem ostentações. Em frente a estátua dum touro – não sei porquê mas chamam-lhe Vaca das Cordas (festa que se celebra na tarde do dia de Corpo de Deus - prendem um touro à grade de ferro da janela da torre sineira da Matriz tendo  o bicho que dar  três voltas ao edifício e depois correr pelas ruas, pelo Largo Camões e pelo areal!   Manias...).

Depois de percorrer umas tantas ruas típicas fomos ao Turismo (antiga cadeia das mulheres) onde se está a realizar uma exposição de fotografia de Paulo Alegria denominada Romeiros/Pilgrims. Ali está retratada a festa popular no norte de país. Chocaram-me particularmente  as seguintes  fotos: em Freixedo de Soutelo (Maio) – uma mulher toda curvada a colocar a cabeça num janelo, em agradecimento ou para pedir ajuda; uma outra em Agosto, em S. João d’Arga, que retratava pessoas deslocando-se à volta da igreja, com crianças que não conseguiam esconder as lágrimas que lhe escorriam pelo rosto, jovens arrastando-se em sofrimento, velhos doloridos apoiando-se nas bengalas... Enquanto isto, à volta, outras pessoas estendiam-se, deliciadas, sobre mantas fofinhas para dormir a sua soneca o mais comodamente possível!

É duro sempre que se constata que nem sempre a religião é sinónimo de paz, alegria, conforto!

Depois continuamos com o passeio pelas ruas e lugares mais típicos  como a rua das Neves, a esplanada do Bar SA que é feita de paletes (aí um cartaz avisa os clientes de que o serviço só é garantido até às 2 horas da manhã mas…já não se poderá dizer é o mesmo quanto às 2 horas da tarde!). Mais adiante, junto aos Restaurantes A Tulha e  O Brasão (pelo menos aos fins de semana, este conta com uma jovem vestida de minhota à porta para chamar a clientela), há surpresas agradáveis: sítios agradáveis, bons cafés junto ao rio (como o Café Central), a Igreja das Pereiras, o Beco das Selas, a Pastelaria Bijou (onde comprámos pão e algumas delícias como manjericos, margaridas, bolos de amêndoa e noz e ovo e os Sidónios - um bolo de feijão)…A surpresa ainda foi mais agradável porque custavam entre os 60 e os 80 cêntimos!

Dia 15 Resolvemos almoçar na Tulha. Para entrada azeitonas, queijo (de vaca e cabra), pastéis de bacalhau, rissóis de camarão; depois seguiu-se o arroz de sarrabulho com os rojões (e por rojões entende-se os rojões propriamente ditos, as belouras, o fígado, o sangue cozido, a chouriça de sangue, o bucho, as tripas enfarinhadas e batatas fritas). Para acabar em beleza, o célebre leite creme queimado. Uma festa!

A seguir fomos ao Jardim dos sentidos ver o Festival Internacional de Jardins. Participaram artistas de todos o mundo apresentando as mais variadas sugestões de jardins: Paraíso – um lugar utópico... ou não, Despertar os sentidos, Sétimo sentido, Saboreie o mundo, Redemoinho de sensações, Genius Loci – o Espírito do Lugar, Sentigrama, O Jardim da ÁguaAlquimia ConSentida. Aberto ao público, também, o jardim do vencedor do ano passado (O Jardim da Abundância – Irlanda; quanto a mim era mais uma horta que um jardim). O Eduardo apostou no Sentigrama (realmente uma forma muito original de expor cactos e ervas de cheiro a saírem dumas paredes altas de madeira, rede e sarapilheira cheias de terra; eu apostei no Jardim de Água uma bênção dos céus num dia de calor – uns túneis de plantas com chão de areia donde à nossa passagem fomos refrescados com uma leve nuvem de borrifos de água.

Um bocado bem passado com a ajuda do recepcionista do jardim – o Sérgio, que nos recomendou o Beco das Selhas e o seu Serrabulho único, em Ponte de Lima, e os petiscos do Delfim, em Arcos de Valdevez. Conversa puxa conversa, apareceu um casal que nos recomendou o Restaurante Carvalheira, em Ponte de Lima (apenas havia que andar-se 3 km na estrada, passar a ponte e subir uma ruela à direita). O mais engraçado da questão é que o tal senhor conhecia muito bem Melgaço e muitos dos conhecidos do Eduardo e, como eu, tinha andado no liceu de Oeiras onde conheceu alunos do meu tempo e  alguns professores que me tinham dado aulas.

Depois seguimos para o Museu do Brinquedo Português, da Associação Concelhia Feiras Novas, na Praça da República. Interessante! De quantos brinquedos nos lembrámos!

E a seguir fomos ver a Igreja de Sto António (que nasceu em Lisboa em 15/8/1195, morreu em Pádua em 13/6/1231 e foi canonizado em 30/5/1232) e a capela do Anjo da Guarda. De repente olhámos em frente e vimos fogo encosta acima em Calheiros. Um denso fumo completamente negro ia-se espalhando pelo céu, escurecendo tudo, até a lua e o resto do pouco sol que ainda havia àquela hora do dia... Uma tristeza!

Depois dumas compritas no Minipreço, voltámos ao Parque para jantar, tomar um cafezito no bar, ver um pouco de televisão e entretermo-nos um pouco no computador.

Àmanhã, certamente, será mais aconselhável ficarmos pelo parque a descansar. Logo se vê…   

 

Tomámos o gosto ao descanso e no dia 16 também resolvemos ficar pelo parque para fazermos um passeio pela Quinta Pedagógica. Uma boa ideia. A execução discutível. Especialmente no que respeita ao cuidado com que as plantas deviam estar tratadas. Falta de pessoal? Falta de cuidado? Os animais da quinta, no entanto, pareceram-nos mais bem cuidados. De qualquer modo uma boa iniciativa.

De tarde, depois do almoço e duma sesta, fomos até à piscina. Estava frio. Optámos pelo duche quentinho antes do jantar.E logo depois fomos tentar falar com o Miguel no Skype. Sem sucesso. Cá para cima não é fácil.  E… prá caminha cedo pois àmanhã há que ir passear logo de manhãzinha!

 

Dia 17. Já lá vão 47 anos!!! A Teresa como de costume começou a dar os parabéns logo cedo. Logo a seguir a Rita. Contentes por se terem lembrado de nós lá seguimos para Ponte da Barca, geminada com Les Clayes-    -sous-Bois desde 23/11/2002. Continua linda! Mas tão diferente! Começámos pela zona junto ao rio. Subimos até à zona dos bares junto ao Jardim dos Poetas. Numa ponta do jardim, a estátua a celebrar os irmãos poetas (o Principe dos Poetas Místicos - Frei Agostinho da Cruz (nascido em 3/5/1540 e falecido em Setúbal em 14/3/1619) e o Príncipe dos Poetas líricos – Diogo Bernardes (nascido em 1530 e falecido em Lisboa em 30/8/1596). Mais adiante a ponte da Barca, ponte medieval do séc. XV, intervencionada em 1761. Na zona há imensas igrejas e capelas mas inevitavelmente umas sobressaiem por um ou outro pormenor: a Matriz pela riqueza, a Capela de Sto António (séc. XVII), frente ao Pelourinho, pela simplicidade e pelo retábulo  de Frutuoso de Azevedo, de 1695, a Igreja de Nª Srª da Lapa (construída de 1758 a 1774) pelo local (frente a um relógio assente no chão, por sinal demasiado grande para o espaço) e a Igreja da Misericórdia por  ter sobre a porta uma “janela” de vidro com a imagem de Nª Srª (daí o ser conhecida pela Senhora da Porta).

A seguir fomos para Arcos de Valdevez (ou seja,  o Vale do Rio Vez). Continua lindíssimo. Entre Ponte de Lima, Ponte da Barca e Valdevez, não sei qual delas tem a parte mais bonita,  junto ao rio. Mas guardámos as visitas para depois do almoço – almoçámos no Largo principal, junto ao rio, no restaurante A Floresta: Salada e um paté de atum com broa, Posta Barrosã, Leite creme, vinho verde e Fanta de Ananás. Depois subimos a rua até ao Restaurante Delfim, um restaurante típico onde só se come petiscos feitos na altura e que ao jantar geralmente são acompanhados de concertinas. Mesmo ao lado a capela de Nª Srª da Conceição, impressionante pela austeridade. Acho que até me custava respirar com medo de fazer barulho!

A seguir descemos para o rio para tirar as fotos que pudemos: ao rio, à Igreja Matriz, à Igreja do Espírito Santo, à pequena praia… No caminho para o carro, sempre ao longo do rio vimos o monumento dedicado às contendas entre Castela/Galiza e Portugal que terminaram com a vitória de Portugal na batalha de Valdevez (1141/1143).

Mais à frente um recanto digno do nosso dia: O Retiro Virgílio Aral, poeta e escritor que viveu de 1854 a 1952.Nada ali falta para dar o mood: a pequena fonte enfeitada de azulejos azúis e brancos, os versos, a mesa e os bancos de pedra, as árvores frondosas, o chilrear dos pássaros, o sussurrar do rio…

E depois… tivemos que voltar a Ponte de Lima para comprar uns bolinhos na Bijou, um vinhinho  e um franguinho assado para o almoço de amanhã. E, sobretudo, para um merecido descanso e uma bela banhoca antes de irmos jantar. Que hoje é dia de festa!

O pior são os fogos. E o cortejo de carros de bombeiros (até de Carnaxide; Algés, Amadora, Linda-a-Velha, Oeiras…eu sei lá! Falámos com alguns deles pois chegámos a pensar que tinham vindo a alguma missa pela morte dos companheiros. Pareciam cansados, conformados… Um disse-me com algum desalento: “Pois é, parece que há quem tenha de ateá-los e nós temos que apagá-los!!!” 

Acho é que Portugal todo devia vir ver o horror que tem sido isto por cá. No caminho deparámo-nos com outro fogo a começar em Cendufe que não sei se também vai alastrar antes de conseguirem lá chegar para o travar.

Mas há que tentar esquecer já que não conseguimos fazer nada para minorar tais desgraças. Hoje o nosso jantar foi na Tulha – salada, pasteis de bacalhau, rissóis de camarão, bacalhau à Tulha, pudim de ovos, vinho Vinhão, descafeinados e bagaço de primeiríssima. Uma refeição nota 10! Depois uma sessão de fotos de Ponte de Lima by night onde não faltou até uma foto minha sentada à conversa com o Conde d’Aurora ou…com a estátua dele! E, depois, parque com eles…

 

VIEIRA DO MINHO

(Gerês)

 

Dia 18. Levantámo-nos o mais cedo que pudemos (à excepção de mim que se não tivesse ouvido uma porta a bater ainda “lá” estava).  Passámos o rio Estorãos na direcção Ponde de Lima/Braga 308 – 308 para Caldelas, Cerdeirinha (304). Tomou-se depois a direita para Vieira do Minho. A paisagem é soberba, não fosse um ou outro foco de fogo, de quando em quando, a lembrar-nos coisas tristes... E chegamos ao Parque de Campismo da Cabreira. Belas sombras. Duas zonas acampáveis: uma para tendas entre duas linhas de àgua…idilicamente, a murumurar, e outra para caravanas também com um ribeirinho que aliás é um dos que também ladeiam a área destinada às tendas. Uma paisagem linda! E pode dizer-se que nas imediações está bem servido de comércio (a uma distância que não incomoda). Também as piscinas estão fora do perímetro acampável o que não deixa de ser bom. Quanto aos balneários são razoáveis. O parque dispõe ainda dum restaurante: O Retiro da Cabreira que uns dias por semana só fornece por reserva e que à maioria dos almoços também fornece tapas.

Há bungalows em construção o que especialmente nas estações mais frias serão uma mais valia.

Enfim, um espaço agradável mas em que o eterno problema da manutenção continua a ser uma constante!

Depois da soneca do Eduardo, já da praxe, fomos auscultar o comércio…Comprámos mantimentos e voltámos para o merecido duche e o apetecido jantar. Só é pena que por aqui não se consiga ter Net para falarmos com o Miguel e a Ana… E depois lá fomos para a cama pois estávamos um pouco cansados.

 

Dia 19 de manhã ficámos pelo parque a preguiçar. Da parte da tarde, depois de darmos uma vista de olhos no Parque de Lazer, subimos em direcção a Serradela e fomos até à igreja da Senhora da Fé, em frente a um pequeno oratório (feito numa enorme rocha que parece ter sido posta ali, cuidadosamente). Depois voltámos a Serradela passando por lugares muito bonitos e uns com nomes adequados  como Real (cheio de casas principescas), e “serranamente” familiares outros, como Pedra Escrita, Portela, etc.. Lá no alto passámos por uma área com cavalos a fazerem volteio e outros a serem montados. Quem me dera!

Depois virámos para Zebral, passamos a Barragem de Salamonde seguindo por Louredo, Fornelos, Gavinheiras e voltamos a Vieira do Minho para seguir pelo Ermal. Passámos por uma praia fluvial. E do lado direito da Cuqueira vimos a barragem da Tabuadela. Seguimos para o Telesky de Ermal. Uma vista linda!. Continuámos a viagem de volta. Ao passarmos na Rua da Pedreira reparámos numa tabuleta onde estava escrito “Carvalha Milenária”. Seguimos para o Largo da Carvalha Grossa e lá vimos uma carvalha frondosíssima. Voltando à estrada, seguimos por Guilhofrei, pela EN 601 passando pela Capela de Santiago. Numa terra chamada Mosteiro demos com um mosteiro grandioso de que infelizmente o tempo não se tem compadecido. A regar as plantas estava uma senhora muito conversadora que resolveu contar a história duma santa que morou numa casa em frente ao mosteiro – a Santa Senhorinha. Começaram a difamá-la e ela lançou uma maldição antes de  fugir : “Vieira do Minho nunca mais vai ter nem boa gente, nem boa madeira, nem bom vinho!” Acoitou-se em Buco e foi escorraçada, voltando a amaldiçoar as pessoas, que adoravam passear à noite ouvindo o grasnar das rãs:  “Nunca mais se ouvirá uma rã!” E assim foi! Verdade? Mentira? O que se sabe é que a santa foi para Celorico de Basto onde morreu e todos os anos é lá celebrada uma Missa em seu louvor. Provavelmente tentando que ela deixe de estar zangada!!!   

De regresso ao parque fomos jantar ao Restaurante Arijal, em frente ao Turismo. Se a qualidade do jantar fosse proporcional ao preço do mesmo, tinha que dizer que tínhamos jantado opíparamente! Mas não… Nada de aperitivos. Comemos os dois uma dose de Vitelão do Barroso com batatas a murro e couves cozidas. E, para terminar, uma pera bêbada que também a dividir pelos dois, dado o adiantado da hora. Depois entretivemo-nos a desmistificar determinados “torneados” na descrição dos ingredientes – e sem sermos muito exigentes chegámos à conclusão que nem o vitelão era vitela e muito menos era carne barrosã, ainda que nos assegurassem tal! E se a refeição não foi uma boa surpresa muito menos foi no preço - € 36 (por 1 dose e 1 doce). E depois dum passeio a pé (para "desmoer" a carne bem durinha e o preço também duro de engolir...), viemos para o parque dormir.

 

Dia 20 começámos cedo. Fomos para o Gerês. Descemos para Parada do Bouro para atravessar a barragem em Valdozende. Em Paradela deparámos com uma igreja de traça muito moderna que talvez noutro local até não chocasse mas não entre todo aquele bucolismo…E seguimos para Rio Caldo onde visitámos um parque de campismo rural. Como é possível tal coisa num local paradisíaco como este?! Um pouco mais à frente, em Vilar da Veiga, parámos. Restaurantes, alojamentos, esplanadas, cafés  por todo o lado. Um pouco à frente duma bomba de gasolina visitámos um novo parque de campismo: Ponte Saltos Camping. Boas condições, boas sombras. Boa desarrumação…E com a teoria: quanto ao lixo que se  lixe! Resolvemos acabar com as visitas a parques pois a fome era já muita. Seguimos portanto para o Gerês para almoçar.

Comemos no restaurante Pedra Bela: um prato monumental de salada e cabrito no forno com batata a murro e arroz e (imagine-se!) comemos pudim Abade de Priscos! O Eduardo regalou-se com vinho Tamares. Como resistir…?! Trouxemos connosco outra dose bem avantajada de pudim!!!

Depois dum passeiozinho pelas Caldas (o passeio foi muito“zinho” porque não se aguentava o calor), de tomar uma água numa esplanada, de fazer umas compritas e de tirar umas fotos na  Capela de Sta Eufémia, fomos fazer o circuito da Portela do Homem. Na Mata de Albergaria pagou-se o euro e meio da praxe e lá fomos ver as piscininhas da Portela. Achámos que talvez tenha sido ali que há anos se tenha estado com os "miúdos". Foi num dia em que após uma belíssima refeição no Restaurante Santa Comba eles se lembraram de, enquanto convesamos e tiravamos fotos, mergulhar nas pocinhas de água quase gelada... Também é bom reviver! Bem, depois continuámos por uma estrada sem alcatrão. Ao fundo, a Barragem de Vilarinho das Furnas. Lindo!

Já pelo alcatrão seguimos para Campo do Gerês e depois para Terras do Bouro. Depois duma visita ao Parque de Cerdeira (boas instalações, bons espaços para acampar mas tudo tão enorme, tão impessoal, tão longe de tudo…), fomos até à Pedra Bela. Mais bonito que ela e todo aquele lugar nem o poema de Miguel Torga (Pátria - 20/8/1942) escrito lá, numa enorme tabuleta!

 

Serra!

Qualquer coisa dentro de mim se acaba

Qualquer coisa profunda e dolorida

Traí-a… (Que não me lembro)                                              

Feita de terra e alma

 

Uma paz de falcão na sua altura

A medir as fronteiras

Sob a garra dos pés a fraga dura

E o bico a picar estrelas verdadeiras

 

Nova passagem pelo Gerês para regressar a Vieira do Minho.  Tínhamos que nos pôr bonitos para o jantar no Restaurante Tasquinha – Salada, bacalhau à casa (levemente frito e depois no forno com cebola e presunto), vinho verde tinto da lavra do Pai do Dono. Para terminar em beleza, uma nova dose de pudim Abade de Priscos e um bagacinho para “homens de barba rija”. E lá viemos para o merecido descanso… que amanhã há mais!

 

Neste dia 21 foi o que fizemos, literalmente… Preguiçar! Levantamo-nos e fomos fazer compras no Pingo Doce, à excepção de fruta e legumes que compramos nos Mercadinhos Adriano, na Rua da Imaculada Conceição. Depois foi a vez da broa de milho na Padaria Nova, no Largo da Câmara. Tudo para acompanhar duas alheiras e um belíssimo naco Barrosão comprados no Talho do Sr. Jorge Antunes, na Rua João de Deus (a ruazinha mesmo entre a Farmácia e a Padaria).

O projecto era almoçarmos e irmos dar uma volta para visitar a aldeia de Agra. Almoçámos o naco acompanhado duma salada de cenoura, batatas e pimentos salteados em azeite, alho e coentros. Para a sobremesa, rainhas cláudias, "manjericos" e café. Até aqui tudo dentro do previsto.

Depois as coisas complicaram-se com a soneca depois do almoço e o passeio fotográfico pelo parque e nas imediações. Foi-se ficando e mandou-se a aldeia às urtigas.

E, a seguir,  começaram os preparativos para o jantar: sardinhas assadas, salada e batatas cozidas. Uma sobremesa de abrunhos e o pudim de Abade de Priscos que tínhamos trazido do Restaurante Pedra Bela, no Gerês, completaram mais uma bela refeição. Até foi bom este descanso todo pois àmanhã é dia de viagem.

 

Primeiro dia de Outono. Este dia 22 amanheceu particularmente quente. Depois de tudo arrumado fizemo-nos à estrada mas antes fomo-nos abastecer no Pingo Doce: um frango assado, para o almoço e pastéis de bacalhau e panados de perú, para o jantar. Ambas as refeições acompanhadas por um pacote de batata frita e uma bruta salada. Tudo pronto para ser só parar e comer.

Não conseguimos estar completamente bem pois os “apontamentos de fogo” são por todo o lado. Mal tínhamos saído do Parque e já havia sinais duns cinco fogos ali à volta. Estavamos mesmo a sair do Parque quando vimos muito fumo perto – desta vez para os lados de Mosteiro. É impossível estar-se completamente bem. Há zonas que estão mesmo cheias de fumo. Por vezes os montes mais longe já se vêem com dificuldade tal a fumarada. Mas a viagem correu bem.

Chegámos ao Camping Ave a tempo do almoço. O camping até podia ser engraçado não fosse a desarrumação. Carros, carros e mais carros. Mas não eram de campistas (só há cá uma caravana duns holandeses). O Parque é gerido por um casal com três filhos mas dá a ideia que tudo é gerido e… arrumado só por homens (muito, mas mesmo muito desarrumados!). Um deles talvez se deva entreter com uma pequena oficina para tentar arranjar aquela quinquilharia toda enquanto os outros vão desarrumando. O pior é que todos se esquecem de ir arrumando, apanhando o lixo, alindando, limpando as folhas que vão caindo (nem sei se a camada de folhas que se vê será apenas deste ano…). Mas está-se bem! Até porque não sou eu que vou arrumar toda esta confusão!!! É pena que quem tem as coisas não as ponha a funcionar como deve. De qualquer modo, é agradável a presença de galos e galinhas pelo parque, a simpatia dos donos e a parte do parque junto ao rio, que é lindíssima.

Àmanhã contamos seguir viagem de manhã pelo que nem desatrelámos o carro – pensamos ir para Quiaios, um pouco antes da Figueira da Foz.

 

 

QUIAIOS

(Ovar, Buarcos)

 

Hoje, dia 23, foi realmente um dia tranquilo. Levantámo-nos quando Deus quis e os galos do parque deixaram. Tomámos o pequeno almoço e fomos pagar o parque, convencidos de que não demorávamos nada. Puro engano. O dono do parque, António Araújo, tendo-se apercebido de que estávamos dentro do assunto Campismo, quis trocar impressões sobre a lei, as falhas que tínhamos achado no parque, a nova fiscalização sobre caravanas… Resumindo, nós, que nos tínhamos despachado cedinho, era meio-dia e ainda lá estávamos. Mas foi agradável.

Por fim pusemo-nos a caminho, meio desconfiados de que a fome já nos andava a rondar. Um pouco antes de chegarmos ao Torrão, no Lameiro, as boas recordações do restaurante Areínho iam-nos tirando do firme propósito de nos contentarmos com “qualquer coisita” com que nos pensávamos governar numa qualquer área de serviço. Infelizmente, de valor só teve o preço!!! A uns 16 km de S. Jacinto virámos para Estarreja/Murtosa e logo a seguir vimos a tabuleta para Fermelã (Albergaria-a-Velha). As recordações dum excelente leitão que lá tínhamos comprado com o António Marques da Silva puseram por terra os nossos últimos propósitos de “contenção comestível” e, meia dúzia de metros à frente, a indicação Ovar fizeram o resto. Entusiasmado o Eduardo diz de repente: “Era boa ideia irmos ao Angelo!”. E fomos. Felizmente tudo estava igual: a cozinha onde tudo "deslizava" com uma eficiente calma olímpica…os deliciosos pastéis de bacalhau para a entrada… a qualidade da comida (comemos polvo, com tomatada e batatas no forno, servido num tabuleiro de barro onde só se deixou de molhar pão no molho quando se viu o fundo do tabuleiro… a eficiência dos empregados… a simpatia da dona da casa que nos recebeu com um abraço e duas beijocas por ainda se lembrar de nós… e, até, o seu inesquecível Pudim Francês de que ela tanto se orgulha!

Já, finalmente, mais calmos, seguimos para o Parque de Quiaios. É enorme! Tem bastantes residentes (o que não é lá grande coisa pelo menos para quem entra)… é que têm sempre a tentação de transformar o seu espaço num  exemplar dum qualquer bairro abarracado. Enfim, não será dos piores… mas apenas porque, agora, o espaço é muito e os utentes poucos! Nós lá conseguimos um cantinho onde praticamente estavamos só nós, os pinheiros e os passarinhos.

E, continuando numa de calmaria, resolvemos não sair e comer na caravana as alheiras que tínhamos comprado em Vieira do Minho. Um pitéu!

A noite, como também aqui não tínhamos televisão, foi passada a passear, a conversar, a ver as fotos tiradas anteriormente e ao computador (cuja rede também não é lá grande coisa... ).

Acho que estávamos mesmo a pedir esta tranquilidade toda e estes grilinhos a marcarem presença por todo o lado!

 

Dia 24 lá nos levantámos cedinho para ir ao mercado comprar peixe, legumes e fruta. A seguir decidimos ir para a zona da Praia de Quiaios. Pelo caminho, uma tabuleta convidando-nos a virar para a direita para uma Quinta Bio e um Telemercado. Lá fomos…dar com o “nariz na porta”. Ambos estão fechados, abandonados…falidos! Como tudo à roda. Como tudo até à praia. Com lixo. Com árvores encostada umas às outras na esperança de que não passe nenhum daqueles seres que este ano levaram o tempo a deitar fogo a tudo que era verde…E não só!

Logo à entrada da Praia de Quiaios só uma pergunta nos ocorria: “Mas que raio de cabeças terão tido a ideia peregrina de empanturrar tudo com estas casas?!” Não, não se limitaram à vivenda tradicional. Nem mesmo à casa “tipo maison” com janelas tipo “fenêtres”… Preferiram edifícios de três e quatro andares. Por todo o lado. Completamente esvaziados de pessoas. Quero acreditar que, pelo menos, no verão se encherá pelo menos uma parte de todo aquele casario. É que caso contrário… é uma tristeza! Quando nos aproximamos daquelas ruas desertas ouve-se um silêncio estranho como se entrássemos numa caixa oca. Uma caixa oca que esvaziaram de vida, à força. Foi o que senti! Quase uma agressão, talvez por  entender que ali o feio acabou por conseguir vencer a beleza da Natureza. Casas já com sinais dos rigores do tempo mesmo antes de conhecerem dono. Espaços comerciais fechados. Até um spa, jacusi, restaurante, bar, café… orgulhosamente recomendados por um grande cartaz mesmo à entrada desses aglomerados de tijolos! Tudo fechado... Mais à frente, um supermercado Spar teimosamente aberto, com uma empregada nostalgicamente à espera de algum cliente mas com a certeza que, para continuar a defender as cores da camisola, pouco mais poderia "oferecer--nos" que umas tantas  prateleiras praticamente vazias ou com meia dúzia de produtos espanhóis.

Ainda mal refeitos do embate, lá fomos tirar umas fotos à praia e, em frente, tomar duas bicas no  Café A Barca, também ele praticamente  deserto. Dignos de nota: uns excelente bolos de amêndoa!

E voltámos para o Parque de Campismo para um almoço de sardinha assada e uma sesta valente. Antes do jantar, uma conversa no Skype com a Rita e o Dudas, que nos saudou com um malandreco “Que rica vida!” . Depois, um passeio pelo parque e uma sessão de computador.

 

Quarta-feira, 25, fomos ao mercado antes duma subida à Serra da Boa-Viagem. Uma pena estar tanto nevoeiro. Ou seria também fumo?! Mas o que se viu foi realmente lindo, apesar do lixo, da falta de cuidado, das agressões (nem ali se viram livres das eólicas e do seu uivar monótono e enervante que não serviram nem para baixar o custo da electricidade como tinham prometido… ). Mas tudo fica esquecido ante o que nos é oferecido no miradouro: uma vista circular com 180º  de costa: Murtinheira, Praia de Quiaios, Palheiros da Tocha, Quiaios, Lagoa Vela, Lagoa Braça, Bom Sucesso, Castanheira, Camarça, Serra do Bussaco e Casal Novo.

E lá fomos para Buarcos para almoçar. A dúvida era: ao Mota (na Rua dos Pescadores/Rua Dr. Manuel de Arriaga) ou ao Marégrafo, cuja morada não sabíamos? Optámos pelo primeiro. Muita mármore, muito metal…Mas razoável. Comeu-se cavala escalada e perca grelhada com batatas e salada. Para a sobremesa, Brisas da Figueira-da-Foz que estavam fresquíssimas… de há tanto tempo a arrefecer no frigorífico! Depois foi-se até ao mar, à Praia da Claridade. E mesmo à nossa frente reparamos numa casa com um altarzinho embutido e uma agradável esplanada. Pois não era nada mais nada menos que a Casa do Restaurante Marégrafo (construída em 1889), no largo principal junto ao mar (o antigo Largo da Beira-Mar a que agora chamam Largo Professora Maria Jarra, defensora dos costumes e tradições de Buarcos).

E lá voltámos para o parque com uma passagem pelo “nosso” cafezinho dos bolos de amêndoa na Praia de Quiaios. Esperava-nos umas horas de “pintura” pela Net, com o Dudas, e um jantar de caldeirada (lulas, choco e raia).

 

 

NAZARÉ

(S. Pedro de Moel)

 

Dia 26 de manhã levantamo-nos com a consciência aliviadinha de já termos praticamente tudo feito. E de facto pusemo-nos rapidamente a caminho. Mas antes ainda voltámos a Quiaios para comprar mais umas broas e uns bolinhos de amêndoa. O passeio foi óptimo e seria ainda melhor se não nos fosse dado ver tanto mamarracho, especialmente, nas zonas junto ao mar.

Como não podia deixar de ser parámos em S. Pedro de Moel para um almoço no  Restaurante Estrela do Mar. Uma soberba Garoupa Grelhada com legumes, batata a murro e açorda de alho. Acabámos com um razoável pudim de ovos.

E pusemo-nos à estrada para o Parque do Valado, da Orbitur (entre Valado de Frades e Nazaré), pois tínhamos já pago estas duas noites creio que em 2009.

O jantar foi no parque – uma boa salada de frango com mozarela, iogurte, alface, tomate, frutos cristalizados e …” tudo o mais que veio à rede”! Depois houve que deitar cedo pois àmanhã é dia de feira e mercado, na Nazaré.

 

Sexta-feira, 27, já quase com um pé na passeata e o outro na entrada da nossa casa… Depois do pequeno-.almoço fomos para o mercado. Pusemos de lado a ideia da feira pois a noite foi de tempestade (só eu para não ter ouvido nada!!!) e a manhã também não ia para melhor. Comprámos uns legumes, alguma fruta, abrótea para cozer e cação para uma tomatada. Entre uma ou outra borrifadela lá fomos passear. Como de costume começou-se pela Pastelaria Batel (Gama Lopes Coutinho), na Rua Mouzinho de Albuquerque, Nº 2 para um café e um bolo (fica para àmanhã…pois os barquinhos de ovos moles não podem faltar e hoje não comprámos nada dessas lambarices….quer dizer, não comprámos muita coisa!)

A seguir fomos para a Praça Dr. Manuel de Arriaga para mais uma tentativa de encontrar, desta vez, a loja O Coral aberta – qualquer dia o Dudas já nem acha possível haver uma loja sistematicamente fechada sempre que vimos cá! É que já não têm conta as vezes que passámos por lá para lhe levar conchas. De tal modo que hoje a loja estava bem aberta e eu ainda continuava a “vê-la” de porta fechada! E já de conchas compradas  lá viemos para o parque fazer os petiscos do dia.

 

No dia seguinte, dia 28, fomos dar uma última volta pela praça e por todos aqueles pontos que mais saudades deixavam; comprámos mais umas tantas lembranças e voltámos para o parque para almoçar e para, depois de bater uma soneca, nos fazermos à estrada para Caxias dando fim a mais este passeio retemperador que, a ensombrá-lo, só teve os vestígios dos fogos recentes, o pouco cuidado na limpeza das matas, a não remoção do lixo que paira por todo o lado e uma indiferença generalizada das entidades governamentais e da própria população, esquecida de que também lhe cabe a ela  a resolução de alguns dos problemas ou, pelo menos, a tarefa de não os agravar!!!!

publicado por Milú Ruas Basso às 15:27

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Terça-feira, 10 de Setembro de 2013

DE CAXIAS A TRÁS-OS-MONTES - Setembro de 2013

DE CAXIAS A TRÁS-OS-MONTES

 

POR PENACOVA

 

No domingo, 1 de Setembro, lá nos fizemos à estrada com destino a Penacova. Tínhamos que nos aliviar duma parte do ano realmente dura. Partilhas, câmaras, obras, advogado, pessoas, pessoas, mais pessoas…eu sei lá! Umas que já não se suportam! Outras que nos deixam tanta saudade! Por fim foi o meu Tio Fernando Ruas que me faltou. O irmão do meu Pai.  Piorou e acabou por deixar-nos no dia 25 de Agosto.  Por mais à espera que estejamos nunca se está…Cercamo-nos duma esperança quase irracional e somos, praticamente sempre, surpreendidos  ainda que não possamos estar mais avisados… Pois foi, o Tio Nando, o “meu” Menino Tonecas deixou-nos! Aquele Tonecas que acompanhou parte da minha meninice. Foi um rombo daqueles! Já era o meu único Tio!

Havia mesmo que tentar anestesiar-nos do que nos doía e da dor que não conseguiamos deixar de ver no olhar de quem gostava mais dele. Fomos arejar... Antes tínhamos pensado ir dar uma volta por Espanha mas depois resolvemos ficar por cá e recordar lugares de que sempre gostámos e que já não víamos há muito. 

Começámos por Penacova. Depois de instalados no Parque de Campismo lá fomos a correr, famintos, para o Restaurante o Leitão do Aires (à saída do IP3, no Nó da Espinheira, imediatamente antes da Rotunda). Bom como sempre! Leitão com Batata frita às rodelas e uma bela salada. Antes de ir para a caravana ainda fomos "desmoer" para o bar da praia fluvial, junto do parque. Aquele fresquinho acho que ainda me soube melhor que o leitão! Apenas houve um senão – esquecemo-nos que se tivéssemos ido para a esplanada junto ao Turismo de Penacova ainda podíamos comer os nossos bolinhos da praxe! Esquecimento imperdoável! O que se paga pela falta de cabeça que se vai ganhando com o somar dos anos!!!

 

 

POR MIRANDA DO DOURO

 

Dia 2, de manhã, saímos para Miranda do Douro. Matámos saudades da “Livraria do Mondego” e de toda aquela paisagem que adoro; tomámos a IP3 (direcção Viseu). Parecia que íamos para a Fraguinha! Virámos então para a IC6 e, depois da Ribeira de Sinde (que vejo sempre sem água!), em breve entrámos na IN 17 e passámos Vendas de Galizes (com o desvio para Pomares à nossa direita). Foi quase como fazer uma romagem ao passado - tudo nos lembrava ora o Parque da Bica, em Pomares, ora o da Lousã… São "filhotitos" que se vão deixando pela vida…

Antes do desvio para Oliveira do Hospital, lá estava o restaurante Sanzala (a cabana tosca do passado estava agora de roupagem nova e sofisticada; assim esteja a qualidade da comidinha que noutros tempos era excelente).

Ao passar Celorico, voltámos a “maravilharmo-nos” ante o fraseado dos cartazes da campanha política para as próximas eleições autárquicas. Convencimento duma criatividade inexistente…insensatez… insanidade ou apenas…estupidez?

Um pouco à frente da Ribeira do Freixo (outra que de Ribeira só deve ter o nome pois água nem vê-la!), a já esperada mas, pela sua brutalidade, simultaneamente inesperada paisagem do flagelo do fogo!!! Aquele negrume! Aquele monte de cinzas! Pelo meio uma ou outra casinha que já tinha sido branca. Felizmente a paisagem triste e pesada deixou-nos pouco tempo depois - a barreira dos montes fez o favor de nos afastar e quase alhear de todo aquele espectáculo tétrico.

Mais adiante, à esquerda, a 19 Km de Vila Nova de Foz Coa, a histórica Marialva com o seu castelo. E, infelizmente, de vez em quando, um ou outro apontamento do  fogo deste ano, como que a despontar despudoradamente dentre os vestígios dos fogos de anos anteriores, já quase esquecidos. Esquecidos?! Mas, certamente, ainda testemunhas da insensatez humana a invadir, atrevida, a beleza e tranquilidade daquelas paisagens lindas, de campos de vinha e olival novos.

E começou o nosso próprio “drama”: encontrar um restaurante para o almoço. Foz Coa parecia empenhada em ver-nos dali para fora: o excepcional restaurante Bruisso  tinha fechado definitivamente no princípio do ano;  o Dallas, o Quintela, um outro, sem nome, mas de comida caseirinha, junto ao Parque de Merendas, por qualquer motivo, não tinha aberto.

Desistimos. Torre de Moncorvo aqui íamos nós! A agravar o problema do estomago vazio, infelizmente,  surgiu-me um outro – o da barriga cheia…

Eis senão quando, no Pocinho, a 8 km, surge a grande oportunidade da nossa vida –  o Restaurante Mira Douro. Lá atestámos a parte de cima e esvaziámos a de baixo… Enfim, comeu-se umas costoletas sem história…

Depois passámos no Mogadouro! Também se respirava fogo! Tudo  árido e negro! Quase se sufocava pelo fumo e pelas vidas das pessoas e animais sacrificados. Dói ver, durante cerca de 10km, tanta árvore reduzida a bocados de troncos queimados…Felizmente depois do Mogadouro tudo se modificou. Enquanto isso, ao nosso lado, lá nos ia acompanhando a estrada velha (em muito bom estado e como que a perguntar-nos: “por que terão gasto tanto dinheiro na nova?”). Mais uma testemunha da loucura do homem! E será que é mesmo loucura?!

E chegámos a Miranda do Douro. Uma cidade de fronteira – hotéis, residenciais, restaurantes, "comércio de recuerdos" à espera do turista espanhol, que ao longo dos anos se foi gozando do nosso IVA mais baixo! Enquanto ele não desatou a trepar… Agora é como que um montão de lojas praticamente desertas! Quanto ao parque… dá para o gasto!!!

Fomos atendidos por um jovem de Miranda que de lá deverá saber quase tanto como nós… O pior é que do parque também! Desistimos das perguntas quando o questionámos sobre a potência de electricidade fornecida, para sabermos quais os electrodomésticos que podíamos usar ; com a maior indiferença, respondeu com um ingénuo e desembaraçado: “Não faço a mínima! Mas deve  dar!!!” Enfim, os restaurantes não eram o forte dele…também! Conhecia um perto do parque mas não sabia se estava aberto; locais para visitar, até havia… mas ele não tinha desdobráveis para nos fornecer e sabia pouco dos lugares porque não era dali "do Centro"!!!

Jantámos noutro Mira Douro (mau agouro ou apenas falta de imaginação?), na zona nova (fora dos Muros) – um bacalhau especialidade da casa, uma posta mirandesa e uma tarte de coco. Tudo regado com Sendim e com um Sumol de Ananás...corrente, que, naquela noite abrasadora, me soube como o melhor néctar!

Depois, antes de dormir, uma cavaqueira no parque com a empregada do bar.

 

No dia seguinte, manhã do dia 3, levantámo-nos cedo e fomos comprar os bilhetes para o cruzeiro do Centro Ambiental Luso Espanhol. Lá conseguimos associar-nos a um passeio já marcado ou caso contrário teríamos ficado a ver navios. Entre Espanha e Portugal, o percurso de barco pelo "canhão" é deslumbrantemente rico em Azinheiras, Zimbros, Freixos,  Lodão bastardo, Medronheiros e Amieiros). Quanto à fauna, "acreditamos" haver por lá Lontras, Bufos Africanos, Abutres, Grifos, Andorinhão-Real, Corvo marinho de faces brancas, Pato Real, Águia Real, Águia de Bonelli, Abutre do Egipto, Peneireiro de dorso malhado, Cegonha Preta (cujo ninho, assente em 2 troncos estilo forquilhas foi a única coisa que nos foi dado ver). Mas acreditamos que haja o resto… porque somos crédulos, mas… não porque tivessemos visto alguma coisa (também pela barulheira das pessoas não haveria animal que não se pusesse a milhas!). Pelo percurso foram-nos mostradas plataformas (no lado português, por mais soalheiro) onde os povos antigos faziam plantações para serem vendidas aos povos “das terras mais altas” e aos da outra margem (praticamente no local onde outrora se fazia o contrabando entre os dois países). Como testemunho desses tempos um castro celta, a capela de S. João, um santuário rupestre, um forte e o rochedo do Nº 2 (por ter um 2  desenhado na pedra pelo musgo e líquenes). Este rochedo, diz a lenda que moça solteira que não o conseguisse ver,  não casaria nunca mais…. No fim uma prova de vinho do Porto, para turista saborear e apreciar (pouco!). A acabar um espectáculo com grifos, águias, peneireiros e outras aves de rapina, em liberdade, a cruzarem os céus para virem comer à mão, dos tratadores, claro!

Almoçámos no parque e jantámos no Restaurante Balbina - alheira grelhada e cabrito à Balbina,  cozinhados pela D. Glória. Tudo excelente.  O vinho foi Muralhas de Monção. À sobremesa bolo de amêndoa e pudim de laranja. E uma dica óptima: para comprar carne boa só no  Talho Raposo (na R.Mouzinho de Albuquerque, 1 – 5210-228  / T. 273 432394); e, para uma boa “posta grelhada” só da alcatra!  E, atenção, só lá e...se pedirmos em nome da D. Balbina, evidentemente!

Depois, antes de voltar ao parque, um passeio e um chá de limão na esplanada do Jardim dos Frades Trinos por trás do Paço Episcopal (séc. XVII),  a seguir aos Correios.

Uma informação que pode ser preciosa – entre o paço e a esplanada está uma correnteza de sanitários muito cuidados (embora abertos dia e noite) e … mas sem papel!

 

Na manhã seguinte, dia  4,  resolvemos levantar cedo e ir passear por Miranda do Douro. Começámos pela Sé onde vimos o Menino Jesus da Cartolinha e o Menino Jesus deitado. Seguimos para o Museu da Terra de Miranda, no Largo D. João III (o da estátua dum casal mirandês, em bronze). O museu funciona num edifício a precisar de reformas urgentes mas que está muito bem cuidado. É um retrato da vida mirandesa, dos instrumentos vários (para trabalhar a terra, a lã, linho,  madeira, calçado, ferro...) e das profissões (agricultor, tecedeira, carpinteiro, serrador, sapateiro, ferreiro e ferrador). Também foca não só a casa, suas divisões, móveis e utensílios mas também a música e instrumentos musicais (gaita de foles, caixa bombo, castanholas, flauta pastoril), a dança (como a dos pauliteiros e das espadas sendo a maioria das danças trazidas pelos celtas), o folclore e os hábitos religiosos (a festa do solstício de Inverno, por exemplo). Também são lembradas muitas palavras que nos deixaram como: alcitara (alambique sem serpentina), trilho (placa com pequenas lâminas de sílex sobre a qual o trabalhador imprime mais peso para soltar melhor os grãos das espigas de trigo, centeio, cevada, lentilhas e tremoços), capa de honra (peça tipo cabeção que nas cerimónias os homens levavam pendida do pescoço sobre as capas que colocavam às costas e que  lhes conferia a importância da personagem conforme a maneira como era trabalhada).

Todas aquelas ruas e recantos são lindos e recheados de história: a Rue  Abade de Baçal, a Capela de Sta Cruz (séc. XVII/XVIII), mais abaixo a Rue da Casa dos Cachorros Ambargonhados (séc. XIV/XVI), Rue de la Corredoura de Riba (antiga Rue de Trás), a antiga Hospedaria da Zambeira (uma lindíssima casa em pedra), Rue de D. Turíbio Lopes (1º Bispo de Miranda), Largo da Mezericordia, com a igreja da Misericórdia (séc. XVI-XVII-XVIII) e, especialmente, a Muralha pré-românica (séc. X/XI)…

Depois fomos à Casa da Cultura onde vimos uma exposição duma pintora naif - Alcina Pires. A seguir fomos almoçar no parque e voltámos ao centro, passando antes pela Fonte dos 5 canos que merecia ter à volta uma área bem mais cuidada! Fotos e mais fotos e, depois, lá nos decidimos optar em que outro restaurante comer, já que tivemos de pôr de parte o bacalhau com vinho do Porto no Restaurante Santa Cruz (tinha que ser por marcação e para um mínimo de 4 pessoas!).  Então onde? No S. Pedro?  Uma repetição no Balbina ou no Mira Douro? Optou-se por experimentar o S. Pedro. Asneira! Escolhemos chouriça assada com salada e depois o ansiado cordeiro. Espanto! A salada era de atum, a chouriça não prestava e a carne tinha carradas de gordura…Havia que fugir dali! Se provassemos a sobremesa, era bem feito!

Depois dum gelado na Praça D. João III lá voltámos para o parque para nos prepararmos para a partida para Bragança.

 

 

POR BRAGANÇA

(Vimioso)

 

Dia 5 amanheceu a trovejar e a chover. No entanto conseguimos que tudo corresse conforme  previsto e pelas 9h30m já estávamos na estrada a caminho do Vimioso onde fomos completamente surpreendidos com a qualidade do novo parque de campismo. Pena não ficarmos lá! Design, materiais… tudo excede as mais altas expectativas. Apenas uma ou outra falha fácil de limar, uma ou outra política de ocupação a pôr de lado, uma ou outra correcção nas áreas para acampar…e poderá ser um dos melhores parques mesmo ao nível dos melhores estrangeiros. Visitámos também a Casa da Cultura onde vimos duas exposições fotográficas (uma delas muito interessante com o Passado e o Presente os pontos principais de Vimioso) e uma etnográfica (bastante rica mas, infelizmente, sem legendas informativas). Depois comemos no Vileira duas saborosas alheiras (uma tradicional e outra de vitela).

A seguir fomos para Bragança para o Parque da Inatel. Velho e pouco cuidado. Apenas as casas de banho foram renovadas. Quanto ao local pode dizer-se que é um espanto – o rio Sabor percorre a parte mais baixa do parque deixando correr, quase a medo, as suas águas  sob uma pequena ponte; em cada margem árvores mais árvores e, de quando em quando, um pequeno recanto de areia. Jantámos e descansámos tudo a que tínhamos direito no meio do silêncio e de todo aquele verde.

 

Sexta-feira, dia 6. O silêncio deve ter-se gasto todo durante a noite. Acordámos estremunhados ao som duma inflamada conversa ao telemóvel. Uma empregada “solícita” resolveu recordar-nos que, mesmo no meio do paraíso, pode haver um ou outro pequeno inferno…

Depois da referida senhora ter ido pregar para outro lado, ficámos por ali a saborear toda aquela paz até ao almoço. A seguir fomos ao Turismo, na Av. Cidade Zamora, fazer o levantamento dos pontos de interesse a visitar nos próximos dias. Mas como a curiosidade rói não pudemos esperar pelo dia seguinte e fomos ver a área do Castelo.

Subimos a Rua da Figueira e chegámos à Praça dos Mortos em França e à Igreja de S. Vicente. Continuámos e entrámos nas Portas do Castelo, ao lado do Jardim de D. Fernando, Duque de Bragança (ano 1464), onde está a sua estátua em bronze (autoria de Manuel Lopes), ali colocada em 1964, no 5º centenário da cidade. Mesmo ao lado estão as duas portas para se entrar no Castelo – primeiro a da barbacã e a seguir a de Sto António. Do lado oposto (a nascente) estão outras duas portas: a Porta do Sol e, a norte da Praça de Armas, a Porta da Traição.

Voltando à entrada, entrando a porta de Sto António e subindo a Rua de D. Fernão, o Bravo, passa-se o Museu Ibérico da Máscara e do Traje (iniciativa de Espanha e Portugal),  praticamente em frente ao Pelourinho (no Espaço da Porca). Mais à frente, chega-se a Domus Municipalis (arquitectura do 1º terço de quatrocentos) que se compõe da Cisterna ou Sala das Águas e Casa da Câmara (usada para a reunião dos homens bons). Ao lado, a Igreja de Sta Maria da Assunção, construída praticamente quando da formação do burgo, talvez no 3º quartel de quinhentos, (a igreja é de 1580, a capela dos Figueiredos de 1585 enquanto alguns retábulos e a imagem de Sta Maria Madalena  são do séc. XVII tendo sido feito o portal da portaria, pseudo-barroco, em 1701-1715). Quanto ao castelo, o primeiro foi mandado construir por D. Dinis no fim do séc. XIII. Quanto ao  actual, a sua construção começou  em 1409 mas só foi terminada 40 anos depois.

Quanta à muralha, propriamente dita, foi feita no reinado de D. Sancho, em 1187 , mas só foi acabada em 1377, no reinado de D. Fernando.

Amanhã é outro dia e haverá tempo de se ir ao pormenor. Agora são horas da janta! Temos que comer já, para não irmos para a cama de barriga cheia.

 

Dia 7, sábado, fomos ao mercado. Difícil foi lá entrar! Melhor dizendo, difícil foi dar com ele!!! É que a sinalização como é evidente é uma imensa ajuda, mas de forma alguma pode apenas servir quem não precisa dela! Assim também eu… Andámos para a frente e para trás, sem sucesso! Finalmente…quando já estávamos quase a desistir lá conseguimos dar com a entrada do mercado que por acaso também é a entrada  do Minipreço. Enchidos, queijos, legumes do produtor, cutelaria, recordações, artesanato, pão, bolas… Com tanta fartura já só pensávamos em almoçar.

Fomos para o parque comer alheiras de caça com arroz e salada de tomate (e o tomate com o sabor de antigamente!). Ficámos por lá a mandriar, jantámos e fomos até ao Restaurante do Parque. O Eduardo leu o jornal e bebeu um descafeinado enquanto eu comi um geladinho Caramel & Nuts. Depois  fomos passear pelo parque até nos chegar o João Pestana.

 

Dia 8 de manhã acordámos com alguma estaleca. Resolvemos almoçar no parque e seguir cedo para a cidade. Começámos pelo Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, nascida em Trás-os-Montes em 1948. A artista tem um trabalho vasto, mesmo no campo da ilustração de livros (fez parcerias com autores como Saramago, Sophia de Mello Breyner, Agustina Bessa Luis, Miguel Torga). Toda a exposição está acompanhada de alguns pensamentos da pintora que, sinceramente, na minha "óptica", nem sempre estão à altura da qualidade da pintura. Se num lado dizia: “Sou alguém que se exprime na superfície. No meu quadro passa-se tudo entre a cabeça e as mãos. Depois fico de fora”… Noutro afirmava: “ Um quadro é sempre o lugar da nossa maior intimidade. – Estou lá toda.” Pormenores sem importância.  Mas desajustes que podiam ser evitados. Adorei a exposição mas especialmente a série “O rosto e os frutos”. Os paralelismos entre o rosto, os frutos e tubérculos vão surgindo, inesperados…espantosos!

A ajudar, também, a excelente luminosidade ou não fosse o edifício um antigo solar do século XVII. Posteriormente pertenceu à Misericórdia, a seguir ao Banco de Portugal e só depois à autarquia que o remodelou e ampliou, sob a orientação de Souto Moura. Quanto ao Museu, só foi inaugurado em 2008.

Fomos então para a Rua dos Combatentes da Grande Guerra à procura do Restaurante Poças ou do Sport (que nos disseram ser numa transversal mesmo ao lado do primeiro). Optámos pelo primeiro pois a esplanada estava mesmo a convidar. Boa escolha. Comemos congro grelhado, arroz de pato com cerveja e pudim de castanha. Já bem atestados subimos a rua para irmos para a Sé onde o ambiente era de festa.  Tinha-se lá celebrado um casamento (daqueles que se celebram nas aldeias, em Agosto...).

Já com a estaleca um pouco por baixo, continuámos a nossa “peregrinação”. Seguimos para o Museu do Abade de Baçal (Frade Francisco Manuel Alves) que  quase endeusei mas que, segundo várias opiniões, foi bem mais tudo o que “empochou” do que a obra que fez!!! Que decepção! De qualquer modo o Museu é lindíssimo, riquíssimo, organizadíssimo…Delirei especialmente com os quadros de Silva Porto, Abel Salazar, José Malhoa, Alberto de Sousa, Almada Negreiros.... Espantei-me com as colecções de moedas de D. Sancho I, D. Afonso V, D. João  IV e D. Maria.

A seguir, fomo-nos deliciar mais uma vez com a beleza das ruas… O pormenor dos gradeamentos das varandas…A Igreja de S. Vicente no Lgo. dos Mortos da França…

À noite, fomos jantar ao restaurante Javali, junto ao parque de campismo. Um jantar magnífico: javali na brasa com batatas, castanhas e legumes seguido de pudim de abóbora. Mas de tudo, o melhor foram as entradas – uma salada de “alcaparras” (azeitonas, migadas e sem caroço, com cebola), paté de azeitona caseiro (servido com um magnífico pão frito), queijo de ovelha de Bornes, rojões, presunto de porco bísaro e orelha com cebola; tudo com um vinho da Região Transmontana – Encosta do Trogão da Adega Cooperativa de Rabaçal. 

 

POR CHAVES   

(Parque Biológico de Vinhais)

 

Dia 9 (2ª feira) saímos de Bragança, em direcção a Chaves. No caminho fomos à Adega de Rabaçal comprar um tinto da região. Passámos por Vinhais, a caminho de Montesinho, com as suas aldeias (que pensávamos lindas mas… nem por isso)! Fora de vulgar, apenas as paragens das camionetas...  Com lareira! Tive pena de em Vinhais não ter encontrado um recanto muito florido que pintei há muitos anos: uma bela casa de pedra, ao fundo dum beco. Para o andar de cima umas velhas escadas também de pedra. Tudo muito tosco, muito bucólico.                                                                                                

Pelo caminho passámos pela Bodieira onde há uma praia fluvial (que com o dia de calor que estava era só o que nos apetecia). Depois uma agradável refeição na estrada, na Cova da Lua. Tudo fechado. A igreja e a capela da Srª  da Hera, o restaurante, as casas e, até, os WCs!!! Mas campista que se preze está sempre aviado e fizemos um belo piquenique no parque de merendas.

Depois passámos pelo Parque Biológico de Vinhais.  Enfim, tudo seria perfeito não fosse o calor e a "sombra" ameaçadora do fogo, posto por todo o lado - mais propriamente para os lados de Paradela, Casais de Monforte, Águas Frias (que ironia!) e Faiões. Talvez pelo fumo que se sentia no ar ou pelo peso enorme das notícias sobre fogos que se ouviam na rádio, voltámos aliviados à tranquilidade do Camping da Quinta do Rebentão.

 

Dia 10 amanheceu como gosto. Nem calor nem frio! Aquela temperatura ideal para o ser humano… Contentinhos e fresquinhos, lá fomos nós ver o Hotel Forte de S. Francisco. Outrora foi um mosteiro da Ordem de S. Francisco que foi adaptado a hotel (sendo a primeira pedra colocada em 24/2/94). O mosteiro (e presentemente o Hotel) foram construídos junto da Igreja Nossa Senhora do Rosário (séc. XV/XVI) que já existia, portanto, no local. Os frades tiveram que se mudar para ali já que o 1º convento tinha sido erigido na veiga cujos terrenos eram muito alagadiços. Dos dois restaurantes do Hotel (A Taverna e a Cozinha do Convento) só o do Convento está a funcionar (e com preços também um bocado "conventuais"…).

Para mim, além do Hotel, os locais mais dignos de nota pelo seu valor histórico talvez se possam agrupar em sete espaços bem definidos: 1) a Praça Camões ou dos Duques de Bragança onde está a estátua de D. Afonso de Barcelos, 1º Duque de Bragança, colocada mesmo à frente do Paço dos Duques de Bragança. Em frente da estátua a Igreja Matriz de Sta Maria Maior e à direita o Museu da Região Flavinense (com uma exposição temporária de Nadir Afonso que aliás tem os seus trabalhos expostos na sua Fundação perto do rio Tâmega), a Misericórdia e um pouco mais abaixo o Museu de Arte Sacra (onde se menciona o forte deus Larouco, pre-românico, que atribuiu ao monte com o mesmo nome – Larouco de Sto António de Monforte); também achei digno de nota peças como o atril (suporte para a Bíblia), a custódia e as imagens de Nª Srª da Conceição, do Menino Jesus de Praga, de Nª Srª de Fátima.  2) os vestígios militares como o  Castelo de Neutel, perto do mercado, o forte de S. Francisco, junto ao Hotel, com o jardins (no exterior o monumento em homenagem ao Gen. Francisco da Silveira quando da tomada de Chaves) e o Museu Militar. Depois pode ainda considerar-se 3) as ruas e os lugares mais típicos como a Boitique das Carnes, na Rua 1º de Dezembro , o Restaurante Adega, na Rua de Santo António, a Pastelaria Princesa na Rua 1º de Dezembro que vai dar ao Lgo  do Anjo ou 8 de Julho, a muito antiga Casa Maria onde ainda se come todo o tipo de bolos e os famosos pasteis de carne de Chaves por 55 cêntimos, o Lgo do Arrabalde, a Rua Direita, a do Poço, a do Postigo, a Trav. Das Caldas…4) o rio Tâmega e a ponte romana e todas as esplanadas e restaurantes que por ali abundam especialmente ao longo do prolongamento da rua de Sto, António, 5) as Termas (a água brota a 73º)  6) o Parque de Campismo e as Piscinas da Quinta do Rebentão e 7) os hotéis e restaurantes, em geral, que, infelizmente hoje em dia, vão fechando a uma velocidade vertiginosa.

E, com a convicção de que estava tudo bem visto, lá voltámos ao parque para a “janta” pois amanhã há que levantar cedo para irmos ao mercado, a Vidago, Boticas e Pedras Salgadas.

 

Dia 11, mercado com eles. Na Rua dos Irmãos Rui e Garcia Lopes. Comprámos a frutinha saloia a que tivemos direito e seguimos para Vidago. Ou seja, para o Palace Hotel. Vidago é isso mesmo: o Palace Hotel, que  está lindo e com pessoal muito qualificado. As dicas do Sr. Botelho (concierge do Hotel) para  se comer muito bem foram: Quinta dos Carvalhos – 276907241 ou o Souto Velho da D. Eufrásia Barroso Barrigas, na Praia do Vidago – 276999250. Mas como estava tudo fechado (e a nossa bolsa também!) contentámo-nos com um pernil fumado no forno com batata frita e arroz e um pudim caseiro no Restaurante Paula’s.  Dói ver aquela terra simpática praticamente fechada. Hóteis, pensões e…até o Posto de Turismo! Fizemos o possível para ultrapassar tal falha mas  sempre que perguntávamos por algum local recomendavam-nos logo a Santa do Alto (que acabamos por descobrir ser a Santa Eugénia)! Com tanta veneração, calculámos ser a única a tentar zelar por aquilo tudo pois "os cá debaixo" devem zelar pouco!!!

Bem mas pelo menos pelo Palace Hotel está tudo bem cuidado – Hotel, edifícios termais (que penso estão a funcionar praticamente só para os clientes do Hotel), apoios, jardins, campo de golf - que se estende até Oura. As ruas e as Alamedas que nos conduzem ao Hotel são lindíssimas. À volta tudo o resto fechou! À excepção de Primavera Perfume Hotel e a sua esplanadinha simpática. Aqui para nós, calculo que tudo foi posto ali para não dar mau aspecto ao hotel!!! É que olhando à volta…nada! O antigo Hotel Avenida, a estação e os comboios… Nada!

Dali seguimos para Pedras Salgadas. Fomos dar um giro e, apesar de estar tudo fechado nas Termas, tivemos a agradável surpresa de vermos mais vida que em Vidago - aquele espaço vai "mexendo" com a excelente iniciativa do eco-turismo (tree-houses e eco-houses). Adorámos. E dali partimos para Boticas para ver o novo Parque de Campismo, em frente às piscinas municipais. O caminho começa a ser aterrador pelos inúmeros vestígios de fogo. E pior, é que as áreas de pinheiros estão tão apinhadas (não é exagero dizer que não há um espaço de mais de 15 cm entre cada tronco; quanto às copas não podem estar mais entrelaçadas) que é fácil calcular o resultado dum qualquer fósforo distraído ou intencional… Em Boticas tomámos uma água, fomos ao Mini-preço e demos um giro: Mesmo em frente ao Supermercado e à Biblioteca Municipal há um jardinzinho acolhedor cujas "figuras principais" eram  um espigueiro majestoso todo em pedra (mesmo as paredes) e a "estátua célebre" do que nos disseram ser o Guerreiro Galaico. Quanto ao parque de campismo, era recente. Tinha uns balneários novos e uns apontamentos que o poderiam tornar num espaço acolhedor como, por exemplo,  as suas belas latadas de videiras. Mas não...Havia vários serviços mas até a recepção estava fechada! Ainda não eram 17 horas! Ah! E já estava a ser transformado num abarracamento "jeitoso"! Muito jeitoso!!!

E, pronto, lá voltámos ao Parque, por Sapiãos, meio indecisos entre estarmos contentes ou tristes com tudo o que tínhamos visto. Amanhã é outro dia. Vamos seguir para Ourense, passando por Verin.

publicado por Milú Ruas Basso às 10:38

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Sábado, 3 de Agosto de 2013

PARQUE DE ESCAROUPIM - 21/6 - 6/7/2013

PARQUE DE ESCAROUPIM

 

21 de Junho a 6 de Julho de 2013

 

 

Fomos passar uns diazitos a Escaroupim com o Dudas. Foi agradável porque estivemos os três juntos e o catraio é realmente uma companhia óptima - "boa boca", obediente (apesar dos "boatos"...), apreciador das actividades e das companhias... Segundo o Dudas,  foram os dias mais felizes da vida dele... Seguramente foram uma grande experiência: as longas conversas com os amigos à mesa de café, as jogatanas, os campeonatos nos matraquilhos, os jogos de futebol à noite em campo iluminado, os passeios de bicicleta em grupo pelo parque... Resumindo, vimos que estava a passar e a gozar uns dias muito felizes (apesar de todos os dias ter que estudar 45m como ele dizia...) e isso foi óptimo para ele e para nós que o víamos alegre e...  reviveram-se outros tempos.

Infelizmente... raramente é boa ideia reviver bons momentos do passado. Muito menos é tentar enquadrar os lugares do passado no presente pois tecem-se comparações inevitáveis, nem sempre muito "saudáveis" pelas mudanças, pelas faltas...! Foi o que nos aconteceu. Rebuscando na memória, lembrámos outros tempos com os nossos miúdos (hoje todos ausentes!) a calcorriarem alegremente este espaço (que vimos ir-se espalhando e crescendo, gradualmente com o aumento da população.  Primeiro, havia apenas um bloco sanitário, depois dois e, logo, três; também o espaço acampável, bem mais reduzido quando da inauguração, foi aumentando assim como o dedicado à piscina, que era  todo ele bem cuidado embora, de longe, mais apinhado de miudagem do que nos dias de hoje.

Afinal porquê? Indo por partes, à excepção da D. Paula, mulher do encarregado, o Sr. Fernando, todo o pessoal do parque deve pouco à simpatia, estando mais ocupado na defesa do estatuto que lhe é conferido pela antiguidade do que nos resultados das suas tarefas. A lamentável guerra entre pessoal da limpesa e encarregado é palpável. O desrespeito pelas mais elementares regras de segurança e higiene é a consequência. O pessoal está ali não para cumprir da melhor maneira possível (para agrado dos utentes) mas para se despachar o mais rapidamente possível  enquanto, puxando dos galões da antiguidade, fazem tudo a seu modo mesmo que esteja errado. E o resultado  é que os sanitários e tudo o resto só sejam limpos uma vez por dia (às 8 horas). À mangueirada! Tudo fica encharcado e os cabides são manifestamente poucos para que a roupa não fique toda molhada (a eterna mania de que um parque de campisma tem que ser pouco mais que um campo de concentração... que pagamos!). Quanto a desinfecção... há que esquecer! É uma pena que um espaço que já foi tão bom apenas esteja a "viver à conta disso mesmo" ou do facto de ser barato e perto de Lisboa. Menos admissível, sobretudo, pensando que pertence a uma entidade que deveria ter responsabilidades no assunto, não só para a divulgação de práticas de campismo correctas mas porque sobrevive pela contribuiação de todos nós enquanto continuarmos a visitar os seus parques ou  a pagar as suas quotas (que logo por azar é o nosso caso)! 

Enfim, não há dúvida que somos o tal povo que os romanos diziam não se governar nem se deixar governar! Quanto ao café, pelo menos o concessionário, o Sr. Zé e as empregadas, são muito simpáticos mas as condições por falta de aproveitamento, de organização e de orgânica  não serão as melhores.  Aliás tudo no Parque está subaproveitado ou pouco pensado. Por exemplo, estivemos no parque num período de calor sufocante; então por que não prolongar por mais uma ou duas horas o tempo de funcionamento da piscina em alturas, como esta?

Quanto ao descuido com que é tratado, basta ver o tempo gasto à espera de repararem a luz e a água quente e de se substituir o teto do balneário junto da piscina! Será exagero falar em anos? Acho que não...

De qualquer modo é um espaço óptimo onde ainda se consegue passar uns dias agradáveis, com umas "nostálgicas" idas a Marinhais (pelo menos uma refeição no Restaurante O Cantinho de Marinhais é certinha e a compra de fruta e de legumes, na porta ao lado, são mais que um "must"). Mais básicas são as outras compras já que o mercado fechou.  Se queremos mercado temos que ir ao de  Salvaterra de Magos onde, com sorte, ainda se poderá encontrar um ou outro "samirro" ( uma "gigantesca" enguia macho) ou uma ou outra "fataça". As desculpas que se dão para uma passagem pelo Café dos Parodiantes para beber um café acompanhado pelos Barretes  (de agradável sabor a laranja).

Na véspera do regresso fizemos uma breve passagem pela aldeia de Escaroupim. Praticamente vazia. Não fosse uma meia dúzia de populares sentados pachorrentamente nas suas cadeiras ao longo dos passeios e mais pareceria uma aldeia sem tempo e sem gente. De qualquer modo, é sempre bonita mas longe vai o tempo das idas ao fim do dia para lá se comprar peixe aos pescadores!

E no dia 6 lá nos fizemos à estrada de regresso a casa não sem antes prometer ao Dudas e aos amigos que no próximo ano ali voltaremos para matar saudades! 

publicado por Milú Ruas Basso às 16:39

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Quinta-feira, 30 de Maio de 2013

PELO ALVOR - 30, 31 MAIO e 1 JUNHO 2013

 
 
 
30/5/2013
 
Hoje foi mais um dia bem calmo. Levantámo-nos quando... Deus quis! Também não havia nada para fazer a não ser o que se fez... praticamente NADA! Fomos a pé até ao centro de Alvor. Tomámos um café, fomos comprar umas prenditas, seguimos para o mercado para comprar uns peixes e, depois,  para o Pingo Doce para comprar pão. Só a seguir voltámos para o parque. Almoçarmos o resto da caldeirada e fomos dar uma volta para tomarmos um café no bar do parque. E voltamos para a caravana para a já ansiada sesta.
Depois começou a organização do que tínhamos comprado no mercado já que àmanhã é dia de viagem para o antigo Parque do Sitava e havia que fazer um farnel e organizar o resto das refeições pois quero estar sem nada para fazer quando lá chegar. Depois fomos pagar o parque e recolher umas dicas que o responsável - o João - nos tínha prometido: Quem quiser comer moreia o melhor é ir a Sagres; logo à entrada, a seguir ao Hotel Martinhal, à esquerda é saboreá-la no Restaurante Zambujo. Quem quiser comer percebes é ir ao Restaurante Azenha, entre Odeceixe e Zambujeira. Segundo o João não há percebes tão bons nem tão baratos como ali. No meio da conversa soubemos que no dia 10 de Junho, no meio dum valente churrasco, vai ser escolhido o nome da cria do casal de burros da Quinta do Julião entre as várias sugestões dos campistas. E, a seguir,  o passeio não podia ter terminado doutra forma: uma visita ao burro Julião, à sua "mulher" e ao filhote, ao som do piar das gaivotas, dos melros e das pegas azuis.
E depois dum belo duche e dum jantar de salada e arroz com azevias e safias fritas fomos dar outro passeio para desenferrujar as pernas antes duma sessão de telefonímas,  computador, televisão e... cama. E no dia seguinte de manhã (31 de Maio) lá fomos visitar a "familia" dos burricos.
Tive pena de não  ir a tempo de criar uma "verdadeira" família para o burro Julião. Numa de publicitária imaginei a Família Juvenal formada pelo burro Julião (o pai), pela burra Juju (a Mãe) e o burrito Juca (o filho)... Mas as  coisas já estavam organizadas e resolvi nem falar no assunto para não baralhar. Talvez para uma próxima.
E lá fomos de farnel arranjado para sobrevivermos à muito longa viagem até Vila Nova de Milfontes!!! A viagem correu bem não fosse a triste imagem do País - lojas fechadas, construções embargadas, edifícios mal cuidados e com ar de abandono... E para ajudar à festa, um multiplicar de notícias no rádio do carro, de tirar o folgo...
A primeira impressão do Parque de Campismo do Sitava foi positiva. O atendimento foi atencioso embora um ou outro apontamento nos fizesse desconfiar da eficiência do pessoal.
O parque é enorme. Começámos por atravessar uma longa extensão de terreno lavrado, cheio de oliveiras. De repente, ao longe à direita, surgiu um grande espaço cheio de instalações campistas tão aconchegadinhas que nem elas conseguiam respirar! Sinceramente assustei-me; já tenho visto tanta "agressão" que pensei que a proposta era mesmo pôr-nos no meio daquele cemitério campista. Imediatamente recuperámos alento pois pensámos que não corríamos perigo! Era, apenas,  um depósito onde as pessoas deixam as instalações duma  época para a outra.
Mais à frente entrámos na zona acampável. Era preferível termos saído... Aquilo era uma amálgama de caravanas, autocaravanas, tendas e ruínas. Na sua maioria estavam tapadas por toldos, alpendres ou talvez uma espécie de ligaduras com que pensavam proteger as suas instalações do frio, do vento, da chuva...Só não tentaram protegê-las de tanta loucura, desleixo e duma inevitável e medonha falta de ar!!!
Ficavamos ou não? A preguiça falou mais alto!
Havia que tratar da luz. Novo problema.  Seria possível que tivessemos que voltar novamente à recepção já que as caixas da electricidade estavam fechadas.?! Felizmente um campista simpático resolveu ajudar-nos e "descodificou" - tínhamos que ir  fazer uma chamada telefónica a uma cabana de madeira um pouco mais abaixo. Lá dentro, qual tesouro, estava um telefone para chamarmos um empregado. Ele viria assim que pudesse...E não é que deu certo?!!
O dilema de ficarmos ou não ainda se punha, mesmo com o telefonema para o funcionário. Numa visita mais calma achámos que por uma noite sobreviveríamos. O mesmo já não teríamos dito depois duma visita aos sanitários. Perdemo-nos tal o tamanho. Uma longa fileira de sanitas e de turcas; uma infindável carreira de lavatórios e duches. E vento e ar, muito ar...E quem quisesse estar ainda mais arejado havia outra dose de todas as modalidades no exterior. Se alguém se safasse da pneumonia pelo menos podia ter a certeza de não correr o risco da mínima falta de ar. Pelo sim pelo não resolvemos adiar o duche para a manhã seguinte não confiando grandemente na informação duma empregada solícita - podíamos experimentar os duches mas o único que realmente funcionava, e era quente, era um com um manípulo branco! Agradeci! E estava realmente agradecida. Mas pensando melhor, "nem sei porquê"...ocorreu-me que talvez fosse melhor tomar até o duchito da manhã, em casa, mesmo sem a segurança dum manípulo branco!!!
Comemos bem (os restos do farnel ainda estavam melhores que ao almoço), passeámos bastante no parque e dormimos regaladamente talvez pela certeza de podermos prescindir da luta por um  duche de jeito na manhã  seguinte...  
 E no dia seguinte, dia 1 de Junho 2013, acordámos cedo e fizemo-nos à estrada depois de nos termos certificado que as empregadas da recepção e os folhetos que nos entregaram sobre o Parque realmente não diziam o mesmo nem advogavam o mesmo "produto"... E é aquilo da Orbitur!!! 
Rumámos a um outro parque para uma pequena visita. O Parque de Alcácer do Sal está realmente bem cuidado. Com sombras, limpo e com pessoal simpático. Particularmente os alvéolos 12, 17 e 25 pareceram-   nos excelentes. Além disso está bem servido de tudo: bons restaurantes (particularmente o Hortelã da Ribeira), supermercados (bastante perto o Pingo Doce e mesmo ao lado o Intermarché, este servido por uns bons cafés a que não faltavam uns queijinhos de amêndoa e uns barquinhos de pinhões), um pequeno mas frondoso parque óptimo para um piquenique (mesmo à saída) e até uma loja de licores caseiros. O único senão é que não eram só os campistas a gostar do parque, os mosquitos também o adoravam, especialmente no começo do verão (depois das chuvas). É que Alcácer é praticamente um arrozal o que traz muitos insectos!
Chegámos a casa cedo e o Dudas fez-nos a recepção do costume. Felizmente lá o convencemos a só jantarmos todos juntos no dia seguinte. Estavamos cansados e além disso a Rita só podia vir jantar no domingo.
Foram realmente uns dias especiais de que estavamos mesmo a precisar!        
 
 

    

publicado por Milú Ruas Basso às 22:59

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PELO ALVOR - 26 , 27, 28 e 29 de MAIO 2013

26/5/2013

 

Quando o dia 28 de Maio se aproxima o Eduardo começa a entrar em transe: "Quero sair daqui"! "Quero ir dar uma volta"! "Sinto-me fechado"!Estou farto de estar em casa!" Como diz a Rita: "Esta conversa deve ser o Pai a tentar ver se se livra de ficar com mais um anito..."

Pois este ano a fuga foi para o Alvor. Saímos de casa bem cedo (8h30m) e, de farnel aviado para chegarmos ao Parque de Campismo da Dourada mais cedo e sem que, pelo o caminho, nos tivessem aliviado de mais uns tantos euritos. O pior é que praticamente todos os viajantes andam a pensar o mesmo, numa tentativa de poupar alguns cobres... Não fosse algum movimento em Canal Caveira e praticamente tudo pareceria estar a fechar ou... já fechado. Uma tristeza! 

Felizmente, o Parque foi uma agradável surpresa. Ficámos num espaço imenso absolutamente sós e, praticamente, com um bloco sanitário por nossa conta. Quando chegámos ao parque confesso que me ia "passando" porque aquela imagem de piscina barulhenta, junto de instalações campistas espalhadas por todo o lado, umas por cima das outras, era quase uma realidade. Mesmo assim notava-se uma preocupação (ou uma tentativa)  de evitar tal situação. Mas... uns metros à frente (e com a ajuda misericordiosa da debandada dum grupo de escuteiros que tinham acabado os seus dias de liberdade e de banzé...) estava o paraíso: só árvores, arbustos, pássaros e a presença dum bloco sanitário que, não fosse o cuidado com que tinha sido limpo, mais pareceria para ali abandonado como se do último vestígio de civilização se tratasse. 

Saboreámos aquele sossego durante o resto do dia e, depois dos telefonemas da praxe (conseguidos "a ferros" pois por aqui conseguir-se rede não é tarefa fácil...), jantámos os restos do farnel (arroz, salada, panados de perú e bavaroise de morango) a tempo de irmos ver aquele "aliciante" programa de "cusquice da vida alheia" - o Big Brother. É que, além de uns tantos Vips com pouco interesse, iam entrar uns tantos VIPs (e não é que é assim que alguns se consideram MESMO?!) "engraçados" e não queríamos perder a hipótese duma ou outra gargalhada. Sem olharmos às provocações e ao desrespeito a que quase todos se sujeitam (eles é que sabem...), ainda nos rimos ou sorrimos um pouco - com o "machismo" do talhante Moisés (Pedro Oliveira), a "vedetice" da Liliane Marise (Maria João Bastos), alguma irreverência e traquinice da mecânica (Rita Pereira), a palermice fabricada ou não da Cátia Palhinha, a má-criação, que quero acreditar seja postiça, da Fanny, a "agressividade fingida" da Alexandra Lencastre e do José Carlos Pereira e os inesperados e inqualificáveis humores e "azeites" (esses sim parece que bem reais) do Zézé Camarinha que acabou por ser expulso já que, a estas "qualidades", os telespectadores preferiram uns amores prometidos por outros concorrentes (o casal Kapinha: a Raquel e  Edmundo, e a Kelly e Pedro Guedes). E já nem falo nos outros cinco... Como ainda não se percebeu, mesmo,  o que ainda por lá andam a fazer, está a esperar-se para ver: a actriz Sara Santos, a RP Carla Baía, o empresário(?) Francisco Macau, o ex-futebolista Calado e o cronista Flávio Furtado!!! 

E lá dormimos com os anjos na nossa "rica caminha", como diz o Dudas...  

 

27/5/2013

 

Um dia à maneira! Saímos do parque, cheios de "apuntes" para visitarmos só o melhor! O João, da recepção do Parque foi duma simpatia inexcedível (mas sem salamaleques...). Fomos até à praia junto ao passadiço-Board Walk (perto ao restaurante Dunas; um pouco mais à frente, O Restinga, restaurante onde se diz que já lá comeram o 1º Ministro Passos Coelho e o actor Robert de Niro). Um sítio agradável para um começo de passeio pelo passadiço - da Ria de Alvor até ao Oceano (em direcção a Lagos). Depois lá rumámos à parte antiga que nos oferece tudo - praia, aluguer de barcos, passeios, restaurantes, lojas, lojinhas e mais lojas. O ambiente é giríssimo. Subimos até à Rua 25 de Abril (antiga Rua da Igreja) com o fito de irmos ao mercado mas, antes, na Praça da República fomos ao Café  Aliança  que tinha a particularidade muito... particular de podermos estar a beber café numa esplanada junto a uma casa mortuária o que sempre nos dá a hipótese de tomar café, enquanto espreitamos, pela porta aberta, aqueles que já não o podem beber! Coisas do Eduardo (escolhe, escolhe, escolhe e depois... é isto)! Nessa mesma rua fomos ao Caleidoscópio, uma loja muito simpática, praticamente só com acessórios de cortiça e roupa feita com tecidos de Palma de Maiorca (fresquíssimos).  Hei-de lá voltar. Daí fomos ao mercado na Rua Dom João. Não havia peixe por ser segunda-feira. Mas havia (completamente inesperado!) doces regionais  excelentes (de ovos, amêndoa, figo...), patés variados... E, já com alguns petisquinhos para o jantar, lá voltámos à antiga Rua da Igreja para visitarmos a Igreja do Divino Salvador (penso que fazia realmente  mais sentido o antigo nome da rua!). Apontamentos lindíssimos e invulgares, especialmente as paredes do altar-mor . Achei interessante e útil o facto de terem uns grandes cestos com os dizeres: "Ajude-nos a criar um banco alimentar contra a fome . Deposite aqui a sua ajuda/alimentos. Obrigado". 
Depois desta visita cujo o único ponto negativo foi o toque do sino - duma agressividade exasperante - lá fomos para a paparoca. Atravessámos as Ruas Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral para chegar à Rua Frederico Mendes, que descemos para irmos almoçar ao Restaurante Zé Morgadinho (de facto o único que estava cheio, apesar de não estar recomendado em lado nenhum; ele recomenda-se por si mesmo!). Comemos sardinhas assadas com batata cozida e uma salada muito bem temperada (com tomate, pimentos e pepino migados) a que se seguiu um arroz de langueirão ou lingueirão de se lhe tirar o chapéu. Para a sobremesa, Morgado da Guia (havia muitas outras guloseimas mas infelizmente não se pode chegar a todas), a acompanhar os descafeinados. O serviço é eficiente e os empregados de t-shirts ( na frente identificam o restaurante e nas costas trazem a frase brincalhona "Já vou, porra!") são simpáticos e bem-dispostos. Inevitavelmente o Dudas esteve presente à mesa, até porque numa mesa próxima da nossa estava um Dudas de 5 ou 6 anos, mariola e comilão como alguém que conhecemos, e que passou a vida com ideias: ora era comer gelados, ora batata frita, ora almoçar à janela (quando estavamos numa esplanada em que não havia paredes, quanto mais janelas! No fim da nossa refeição, como gentileza da casa, vieram dois medronhos com quatro fritos doces, tipo Gregos. Mas a verdadeira gentileza foi a música portuguesa, tocada por um acordionista da região e o preço: 15 €... Inevitavelmente ficou-nos a curiosidade pela qualidade do restaurante Fisherman's que o nosso amigo Elvas tanto nos recomendou. Fica para a próxima.
E, depois duma curta passagem pelo Pingo Doce, voltámos para o Parque onde o Eduardo se regalou com uma bela soneca. 
A seguir à hora do duche, a do jantar (restos, patés, queijos, fruta e doces). E, para acabar em beleza, como ontem, uma noite bem dormida...para nos levantarmos,  fresquinhos que nem alfaces, ... pois  é dia de festa!
 
28/5/2013
 
Um dia em cheio! Havia que festejar a data... Afinal 71 anos não se fazem todos os dias. Logo de manhã fizemo-nos à estrada. Tomámos um café numa esplanada junto à praia do Vau e chegámos a Portimão por volta das 11 horas. Como o Museu só abria às 14h30m resolvemos alterar o programa e começar por um pequeno passeio à beira-mar. Pelo caminho vimos o Largo/Rotunda junto da Rua Gonçalo do Nascimento (Mestre de Galeão que morreu em 1996, com 105 anos. Nessa rotunda estão três estátuas de mulher inauguradas em 17/5/2008; trabalho da escultora Paula Espanha e do canteiro Avelino Balar. Chegados ao Clube Náutico, vimos a exposição de várias esculturas em pedra colocadas em fila ao longo do rio: "Conexion" do espanhol Miguel Isla, "Inside" do búlgaro Petre Petrov, "Sol" do turco Varol Topac, " Ar e Água" do português Arlindo Arez, "Arade" do cubano José Villa, "Janela" do português Paulo Quaresma, "Memoire et Vision" do canadiano Roger Lapalme e "Banhista" do sérvio Vesna Pantelac. A seguir resolvemos seguir a pé para o restaurante "O Guerreiro" na Rua Bento de Jesus Caraça, 1. Providencialmente apareceu-nos um senhor que, além de nos indicar o caminho para lá chegarmos ainda nos aconselhou a ir de carro pois era longe. Ainda nos indicou outro sítio ali perto (o Largo da Barca) para lá comermos numa outra visita e para comprar conservas de biqueirão como a que ele tinha acabado de ir lá comprar. E para nosso espanto oferece-nos o boião enquanto nos ia contando vários pormenores da vida das cegonhas que por ali imperam. Elas ali fazem os ninhos onde criam os seus filhotes que entre 12 e 15 de Junho saiem dos ninhos e tentam o seu primeiro voo. Morando ali mesmo é evidente que ele por nada perde tal espectáculo. Tudo parecia uma maravilha não fosse o "nosso" restaurante estar fechado. Felizmente indicaram-nos o Teresinha, na Rua Direita, onde comemos caldeirada de lulas e uma tigela de cerejas do Fundão (disseram eles... pois estão bem longe daquelas que o Melo e a Ana nos costumam oferecer!). E, já de barriga cheia, lá fomos para o Museun,a Rua D. Carlos I . Perspectivas excedidas. Tivemos a sorte de ver não só a exposição do museu como mais outras duas: uma com os vencedores de cada uma das áreas da 12ª Corrida Fotográfica de Portimão: Digital (1º Luís António Luz Conceição, 2º Fabiana Guerreiro, 3º Maria Mónica Silva), Subaquática (1º Rui Palma, 2º Pedro Daniel Grilo, 3º Marco Balzer), Jovem ( Ana Rita Goncalves Amado), a outra, de Arte Sacra da diocese do Algarve (especialmente de Portimão, Lagos, Faro e Vila do Bispo, com o nome CREIO -  exibe um espólio riquíssimo que nos é mostrado seguindo vários passo do Credo (desde quadros e peças de tapeçaria bordadas a ouro e seda, a peças de mobiliário em madeira e madrepérola, a baixo-relevos como a Nossa Senhora da Assunção,  em madeira estofada e policromada  do séc XVIII e a peças de ourivesaria como a Custódia, em prata dourada do sé XVII-XVIII. O jeitão que parte daquela riqueza fazia a tanta, tanta gente! e, por último,a do Museu.
A do Museu (inaugurado em Maio de 2008 e  ao qual foi atribuído o Prémio Museu pelo Conselho da Europa em 2010) também está patente ao público nesse mesmo edifício do séc. XIX  onde funcionava a Fábrica de Conservas La Rose de Feu Hermanos. A visita leva-nos para o que foi o desenvolvimento de Portimão, as suas riquezas e o desenvolvimento da sua principal fonte de riqueza- a indústria conserveira. A exposição divide-se pelos seguintes temas: Origem e destino de uma Comunidade (desenvolvimento dos primeiros grupos humanos desde a pré-história (primeiros túmulos)  às ocupações românica e islâmica, passando pela formação das comunidades rurais e urbanas e pelos vários processos da industrialização, da política e da socialização), A vida Industrial e o Desafio do Mar (O início da indústria conserveira - de peixe e frutos - explorando a ligação entre o rio Arade e o Atlântico e a caminho para o desenvolvimento da mais importante indústria do Algarve da actualidade - a do turismo)  e Do fundo das Águas (aproveitamento da cisterna da antiga fábrica usada para o aprovisionamento das águas pluviais para tentar, por meio de filmes, recriar a flora e fauna subaquáticas do rio Arade e de toda a orla costeira junto a Portimão).
Regressamos ao Parque para uma sessão de Skype com o Dudas e depois duma banhoca voltamos ao centro de Alvor para uma nova visita ao restaurante Zé Morgadinho. Jantámos choquinhos fritos com batatas fritas e salada e acabámos, em beleza, com uma fatia de morgado de figo.
Apesar das calorias, voltámos para o parque completamente enregelados tal era a ventania que não nos deu tréguas e nos fez desistir de prolongar o passeio. Isto da mania do exercício é no que dá!!!
 
29/5/2013
 
Hoje foi um dia sem história. Melhor, foi um dia duma história simples, de passeios simples, cheio de sons maravilhosos como o do chilrear dos pássaros e das ovelhas a regressar a casa, entre os ladridos nervosos dos cães. 
 
publicado por Milú Ruas Basso às 22:56

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Quarta-feira, 3 de Abril de 2013

DO ALENTEJO PARA CAXIAS - 30 de Março 2013

DO ALENTEJO PARA CAXIAS - 30 de Março

 

De manhã levantámo-nos cedo pois queríamos ir a Estremoz, ao mercado, para levarmos alguma coisa para casa. Pelo menos, "material" suficiente para uma boa cozida!

Feitas as compras e tudo praticamente arrumado fomos almoçar ao Charrua, à D. Filipa: migas, tiras de toucinho bem fritinhas e carne de porco frita; para terminar uns profiteroles agradáveis mas incaracterísticos. Modernices... Também quem me mandou pedi-los?!

E, já com a caravana "às costas", lá seguimos para casa com tempo de não perdermos de vista o habitual objectivo de nos "abastecermos" de empadas de galinha, em Montemor-o-Novo.

Depois, mal arrumámos a caravana, lá fomos para a Parede para darmos o apoio possível, especialmente à Antonieta, ao Alexandre e às "nossas duas meninas" - é "dose" ficarem sem os dois avôs e, ainda por cima, em datas tão "sensíveis", um num Natal e outro numa Páscoa. Com a agravante do avô paterno ser enterrado no dia 31, dia do aniversário do avô materno. A vida, por vezes,  ainda nos consegue surpreender com manifestações de crueldade (pelo menos aparente) como esta.     

publicado por Milú Ruas Basso às 14:13

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DE CAXIAS PARA O ALENTEJO - 29 de Março 2013

EM EVORAMONTE (CAMPING ALENTEJO) - 29 Março

 

Na sexta-feira (29) ficou-se pelo parque porque a "gripe" falou mais alto! O Eduardo não estava lá grande coisa e achámos mais prudente ficar por ali. Acabou por ser um dia calmo mas em que se esteve entretido. Praticamente só se desenferrujou a língua já que iam chegando alguns conhecidos do Forum de Campismo em que o Eduardo participa. O Eduardo tinha elogiado tanto o Parque no Forum que, sem terem combinado previamente, foram aparecendo para o visitar. Gente nova, com miúdos  bem comportados. Foram realmente uma companhia agradável. Trocaram-se impressões e experiências sobre um assunto que a todos interessava - o campismo. Enquanto isso o Siebo lá se ia dividindo entre um acolhimento agradável e os imensos afazeres que um parque exige.

Por fim, à tarde, recebemos a notícia que eu temia - o Pai do Alexandre tinha morrido. São notíciias que nos conseguem surpreender sempre, ainda que as aguardemos. E, mesmo que estejamos à espera delas com alguma ansiedade pois as previsões são sempre as piores (para qualquer que seja o futuro). Decidimos voltar para casa, no sábado, depois do almoço.

publicado por Milú Ruas Basso às 13:59

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Terça-feira, 2 de Abril de 2013

DE CAXIAS PARA O ALENTEJO - 28 de Março 2013

EM ÉVORA - 28  de Março

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Quinta-feira, 28, antes das 11h, já andávamos por Évora à procura duma florzinha para a João (a Mãe do Francisco) e para a Tininha (a Avó). E pelas 11h30 já estavamos em casa da Tininha e do Zé a conversar e a ver fotos das viagens deles à Colombia e a Moçambique. Engraçado que, em Lourenço Marques (Maputo), tiraram várias fotos precisamente iguais a algumas que tínhamos tirado quando por lá passámos. Depois fomos cumprimentar a Teresa e ver a casa dela e do Gustavo. Uma casa bem confortável, espaçosa, funcional e com muito bom gosto. A seguir, saímos para almoçar no Restaurante S. Luís, na Rua do Segeiro 30 (perto da casa deles). Comemos muito bem. Logo à entrada, deliciámo-nos com um paté de banha de porco e farinheira que combinava que nem ginjas com umas deliciosas fatias de pão alentejano;seguiram-se duas  belas sopas (de cação, para a Tininha, de espinafres com queijo, ovo, alho e coentros para nós os três). Depois comemos esparregado e migas de couve-flor a acompanhar carne do alguidar. Para fechar a Tininha e eu não resistimos a Sericaia com ameixas de Elvas.

Daí partimos para São Marcos para ver a Xana, o Nuno e a miudagem: O Vasco, o Diogo (Mini) e o Matias. Parece que foram regados tal a diferença desde a última vez que os vimos. E por fim lá fomos visitar o Miguel , a João e o Francisco que é um bébé bastante calmo e grande (nasceu com 3,770 kg e 51cm). A casa deles é de revista mas com a chegada do Francisco vão, certamente, ter que lhe adaptar algumas modificações que, concerteza, o Miguel já andará a ponderar. 

Com o Eduardo a tentar vencer uma gripezita, lá voltámos para o parque para jantar um Mintche (batata palha, e picado de carne mexidos com ovos) e salada. O Eduardo tentou aguentar, quanto poude, uma quase invencível vontade de cama e eu fiz todos os possíveis para ultrapassar uma enorme sensação de angústia... Sem sucesso! Finalmente foquei-me na Alice e resolvi escrever-lhe uma mensagem. Mas as palavras atropelavam-se de tal forma que desisti de fazer o mesmo ao Alexandre e à Lúcia, encarregando portanto a Alice de lhes dar um grande abraço nosso. E lá me deitei inquieta e imensamente insegura. 

 

publicado por Milú Ruas Basso às 18:13

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Quarta-feira, 27 de Março de 2013

DE CAXIAS PARA O ALENTEJO - 27 de Março 2013

A CAMINHO DE EVORAMONTE - 27 Março

 

Mal nos levantámos, foi o virote dos dias de partida. Enquanto fui pagar lá refilei mais uma vez contra o desrespeito que é ver o parque de estacionamento exterior ao parque de campismo com auto-caravanas estacionadas (pior ainda, estando lá a pernoitar há mais tempo que eu estive no parque a acampar). Não consigo compreender este tipo de igualdade - eu (como contribuinte) pago para que o País/Estado (câmaras, juntas de freguesias, outros organismos estatais) possa ter parques de campismo e eu (como utente campista) pago a minha estadia nesses parques quando os frequento. Até aí tudo correcto. Mas já não compreendo por que razão um qualquer cidadão, português ou estrangeiro, pode acampar num parque de estacionamento (que eu também ajudo a pagar) só pelo facto de ter uma auto-caravana em vez duma tenda ou duma caravana e estar convencido (e querer convencer os outros) que é auto-suficiente e tem o direito a um espaço próprio para passar férias à borla.

E o mais estranho é que há Câmaras que gastam, também o nosso dinheiro, para lhes fazer até esses tais espaços próprios que não são outra coisa que outros parques!!! E o mais estranho ainda é que há autarquias que nem questionam a invasão dos seus parques de estacionamento (que até poderiam estar a ser pagos). E também sem que a GNR ou a Polícia os obrigue a cumprir a lei por tal invasão - além de não pagarem pelo que não é deles não respeitam a distância que devem manter, especialmente, dum parque de campismo ou duma qualquer instalação hoteleira, que está a pagar os seus impostos para os ter abertos. A isto, na minha óptica, chama-se desrespeitar, abusar, roubar, não cumprir e troçar de quem cumpre!

Isto é um assunto que se vai arrastando mas que nem deveria merecer discussão. Não pode ter de se pagar estacionamento para se ir trabalhar enquanto outros se permitem discutir o direito de ocupar o que é público, correndo até o risco de fazer  concorrência desleal a qualquer espaço hoteleiro que assim deixa de fazer o seu negócio. Enfim...

No caminho para Moura passámos por duas ribeiras com uns nomes muito ternurentos: Ribeiras da Morgadinha e da Amendoinha.  Depois lá voltámos a passar pela Barragem e pela aldeia com o mesmo nome: Alqueva. A seguir passámos por S. Marcos do Campo, Cumeada, Reguengos (onde almoçámos um sumo de laranja natural com uns salgadinhos, no Continente), Redondo, Alandroal - quilómetros e quilómetros de terra dum castanho vibrante que  tufos dos mais variados verdes suavisam; e para alegrar ainda mais um tal espectáculo, a mistura de amarelos das azedas e dos tremoços.  E, finalmente, Vila Viçosa! Pensámos que conseguíamos contentar-nos com uma visita rápida mas é impossível - vamos dedicar um dia inteiro a tanto deslumbramento. Àmanhã cá estamos!!!

Por fim, o Camping Alentejo, em Évoramonte. Chegámos em cima da Happy Hour. Conversa para a esquerda e para a direita. Uns conhecidos do Eduardo também resolveram experimentar o Parque.

Depois mais uma informação da Tininha - o Francisco mede 51 cm. Sexta-feira vamos para Évora para matar a curiosidade. 

E esta noite jantamos pela caravana. É que o restaurante Charrua (mesmo na esquina do desvio para o Freixo) fecha à 4ª feira e temos que aguentar a vontade dos petiscos da D. Filipa, até àmanhã.   

 

 

publicado por Milú Ruas Basso às 18:23

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DE CAXIAS PARA O ALENTEJO - 26 Março 2013

JÁ A DESPEDIR DE SERPA – 26 de Março

 

 

Hoje começou-se por uma ida ao mercado, depois do cafezinho do costume. Como estava tudo muito “morto” e ainda tínhamos coisas na caravana resolvemos deixar as compras para quando fossemos para o parque de Évoramonte. Levámos as pouquíssimas coisas que comprámos para a caravana e fomos para o centro, mais propriamente para a Rua Quente para almoçarmos no Molhó Bico. Acho o nome ainda mais engraçado que o anterior “Molha o bico”, antes portanto de ser alterado. Um nome também bem criativo foi o duma retrosaria (que, portanto, entre outras coisas, vende linhas) que encontrámos hoje no regresso ao Parque (no Largo da Corredoura, no lado que liga a Rua dos Quintais à  Rua das Cruzes ). O nome da loja é  “30 por uma linha”! E que dizer do nome da rádio que nos acompanhou grande parte da viagem - Rádio Telefonia do Alentejo?!

Mas voltemos ao almoço. Uma vista de olhos pela ementa enfeitada com a seguinte quadra: “Quem me dera ser de Serpa/Ou em Serpa ter alguém/Pra cantar como os de Serpa/ que os de Serpa cantam bem” e resolvemos escolher aquilo que nos sugeriram e na véspera já nos tinha luzido! Só tivemos pena de não haver borrego!  Abrimos com pão alentejano (óptimo!) molhado em azeite e sal ou barrado com manteiga de cor (banha de fritar a carne temperada e colorida pelo colorau e a massa de pimentão). A seguir, comemos ovos mexidos com espargos e migas com entrecosto de porco preto frito. Acabámos com encharcada e um descafeinado. O vinho é que, segundo o Eduardo (aliás o empregado também partilhava da mesma ideia), não era lá grande coisa (Candeias). O facto é que saímos de lá convencidos que os de Serpa cantam bem e…comem melhor!

A seguir, e cumprindo o horário pré-estabelecido, lá fomos para o Museu do Relógio (no Convento do Mosteirinho) que fica na Rua do Assento, perpendicular à Rua dos Cavalos.  O Museu (com loja e oficina de restauro – o Eduardo deixou lá um relógio do avô para limpar) distribui-se por 10 salas conventuais do Mosteiro (séc. XVI). A exposição exibe mais de 2000 peças mecânicas (desde 1630 até hoje) além de algumas peças de cerâmica encontradas no Mosteiro, como um grande jarrão provavelmente usado para conservar frescos alguns alimentos (o equivalente ao frigorífico dos dias de hoje) que se estima ter mais de 2000 anos. O museu começou em 1972 com três relógios de bolso avariados herdados pelo Sr. António Tavares d’Almeida. A colecção tem vindo a crescer muito vezes com a oferta de relógios avariados, que acabam por ser doados ao Museu. Neste momento o Museu já se encontra  aberto também em Évora e já com um espólio de mais de 500 relógios.

Apenas senti que o Museu perde por a visita ser tão acelerada. É ao ritmo de quem nos acompanha, já que a visita é guiada, e não ao ritmo de quem gostaria de ver mais em pormenor, já não digo tudo, mas pelo menos algumas peças. 

Visto o museu, descemos a Rua dos Cavalos indo dar à  Praça  da República, mas a meio caminho, no nº 33, ainda fizemos umas compritas na Casa de Artesanato.  No que respeita a queijos comprámos na Tradiserpa (entrámos pela porta da Rua do Poço da Talha porque a da Rua do Governador estava fechada). Também passámos pela rouparia José Bule, um pouco mais abaixo,  na Rua de Nossa Senhora, uma perpendicular à Rua dos Canos, mas resolvemos seguir viagem pois além de haver gente à nossa frente e já termos comprado queijo na outra loja, estava a ameaçar chover e não quisemos abusar da sorte já que, até agora, só chove quando entramos em qualquer lugar, parando sempre quando voltamos a sair... É como diz o outro: “Todos os diabos…”

Como se esperava chegámos ao Parque sem chuva a tempo de fazer alguns telefonemas, escrever uns postalitos e comer uma  sopinha e uns tantos petisquitos. Não sei se os diminutivos convencem alguém mas pelo menos acho que  dão sempre um ar de frugalidade… Ou pelo menos tenta-se!

Felizmente à hora do jantar recebemos o tão esperado telefonema! Já estavamos a entrar em parafuso... O Francisco, filho da João e do Miguel tinha nascido bem,  com 3,770kg. A Tininha amanhã dá mais novidades pois conta ir vê-los ao Hospital e irá certamente saber mais pormenores.

                                                                                                                                                                  

publicado por Milú Ruas Basso às 18:00

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